Com forte participação, petroleiros paralisam refinarias por soberania e defesa dos direitos

Nesta sexta-feira (30), em dia de greve geral do povo brasileiro, petroleiros paralisam as atividades do Sistema Petrobrás em defesa da Soberania e dos direitos do povo, e recebem apoio […]

Nesta sexta-feira (30), em dia de greve geral do povo brasileiro, petroleiros paralisam as atividades do Sistema Petrobrás em defesa da Soberania e dos direitos do povo, e recebem apoio de movimentos populares.

A greve nas unidades da Petrobrás acontece em todas regiões do pais e, praticamente, em todas as refinarias do sistema Petrobrás. Há paralisações fortes em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Bahia, Ceará e Pernambuco.

Frente ao avanço acelerado no desmonte da Petrobrás e entrega do petróleo brasileiro ao capital internacional, realizado pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB/PSDB) trabalhadores do sistema Petrobrás tem forte adesão e participação na luta.

Após o golpe, o governo ilegítimo vem implementando um plano que entrega o petróleo e áreas estratégicas da Petrobrás à empresas petroleiras internacionais. O plano envolve a entrega de áreas importantes do pré-sal, privatização de refinarias, empresas de distribuição de gás e combustíveis, além de grande redução no número de trabalhadores do sistema Petrobrás.

Para Liciane Andrioli, liderança do Movimento dos Atingiodos por Barragens (MAB) presente nas manifestações junto às refinarias, “os golpistas estão destruindo a soberania do Brasil e entregando uma das áreas mais estratégicas de nosso país, que é a questão energética. Defender a Petrobrás, é defender a soberania”.

Além do MAB, vários locais tem presença do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimentos de Moradia e Via Campesina, apoiando e fortalecendo a greve e a luta por soberania, contra as privatizações e em defesa dos direitos do povo brasileiro.

O petróleo brasileiro tem grande geração de riqueza e seu destino está em plena disputa. Para Liciane, “o capital quer esta enorme riqueza para aumentar seus lucros, e nós queremos defender a Petrobrás para que esta riqueza gerada através do pré-sal tenha destino social. Por isso, a nossa luta é pelo pré-sal para educação, saúde, empregos e direitos”, conclui.

Greve nas refinarias seguirá por tempo indeterminado

Todas as dez refinarias aderiram à greve geral desde a zero hora desta sexta (30) e seguirão em luta por tempo indeterminado. Conforme João Moraes, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a greve nas refinarias é para “enfrentar a política de redução de postos de trabalho que vem sendo implementada pela diretoria da Petrobrás e que tem causado inúmeros acidentes de trabalho”. Para o dirigente, a luta é por “soberania, contra o golpe e por nenhum direito a menos”.

 

Cinco razões para lutar contra a entrega do petróleo e da Petrobrás

  1. Defesa da soberania. As petroleiras estrangeiras juntamente com os bancos mundiais que apoiaram e patrocinaram o golpe no Brasil agora estão cobrando a conta e querem tomar o petróleo dos brasileiros e tentar privatizar a Petrobrás. O pré-sal e a Petrobrás estão na mira de empresas como: Chevron, Exxon Mobil, Royal Dutch Shell, ConocoPhillips, HSBC, J.P.Morgan, entre outros. Defender a soberania é defender o Brasil.

  2. No Brasil há muito petróleo. As informações recentes indicam a existência de 176 bilhões de barris aproveitáveis no pré-sal, isso coloca o Brasil com a 3ª maior reserva de petróleo do mundo. Pelo atual consumo do Brasil, teríamos petróleo para mais 150 anos. A Petrobrás tem a melhor e mais eficiente tecnologia para a exploração desta riqueza. As empresas internacionais querem o pré-sal e a presidência da Petrobrás, a serviço do governo golpista, está literalmente transferindo as melhores reservas de petróleo para as empresas privadas.

  3. Produzir e industrializar o petróleo gera muito emprego. A Petrobras é uma empresa gigantesca que movimenta a economia e chega a gastar mais de 250 bilhões de reais por ano na compra de insumos como navios, plataformas, sondas, helicópteros, alimentos, ferro e tantas outras mercadorias e que servem para produzir e industrializar o petróleo. A maioria era produzida no Brasil gerando emprego em nosso país. Após o golpe, há uma grande mudança, enquanto o desemprego aumenta a cada dia, tudo isso esta sendo comprado fora do Brasil para garantir negócios rentáveis ao capital internacional.

  4. A produção de petróleo e seus derivados gera muito dinheiro que fica nos municípios, estados e nação. Em 2013 a Petrobras repassou 106 bilhões de reais, arrecadados na forma de tributos, para as esferas federal, estaduais e municipais. No entanto com a entrega do petróleo e para aumentar o lucro das empresas privadas, há uma forte ofensiva para reduzir estes valores, o que coloca em risco o dinheiro que iria para educação e saúde através dos royalties e da lei de partilha.

  5. Com a privatização a população perde. Perde em soberania, em geração de empregos e, certamente, teremos grandes aumentos no gás de cozinha. Com a Petrobrás sob controle estatal, os recursos provenientes da extração do pré-sal podem ser investidos na educação, saúde, empregos e direitos. Porém, se privatizar este dinheiro vai para aumentar o lucro das empresas privadas.  

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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