Atingidos por Belo Monte e Belo Sun ocupam órgão do governo federal em Altamira
Cerca de 300 manifestantes organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocuparam a Casa de Governo, representação do governo federal, em Altamira (PA). Os atingidos denunciam as violações de […]
Publicado 14/03/2017
Cerca de 300 manifestantes organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocuparam a Casa de Governo, representação do governo federal, em Altamira (PA). Os atingidos denunciam as violações de direitos com a construção de Belo Monte e a ameaça de uma nova tragédia socioambiental na região com a instalação do projeto de extração de ouro da transnacional Belo Sun.
Participam da atividade moradores da lagoa do bairro Indepentente 1, que vivem em área alagadiça e lutam para serem reconhecidos como atingidos por Belo Monte; moradores dos reassentamentos urbanos da Norte Energia, que lutam por políticas públicas nesses locais; moradores do bairro Novo Horizonte, em Brasil Novo, que lutam pelo direito à moradia e regularização da área de ocupação; garimpeiros, pescadores e agricultores da Vila da Ressaca, atingidos pela Belo Sun; além de parceiros de outras organizações e movimentos sociais.
Durante a manhã, os atingidos fizeram uma marcha pelo centro de Altamira, dialogando com os trabalhadores do comércio sobre suas reivindicações. A juventude do Movimento fez uma intervenção teatral sobre os impactos da Belo Sun, lembrando o crime de Mariana (rompimento da barragem da Samarco Vale/BHP Billiton). Em seguida, a marcha se dirigiu para a Casa de Governo, onde os atingidos permaneceram durante todo o dia.
O órgão foi desocupado no final da tarde, mediante a articulação de algumas reuniões com órgãos do governo federal, estadual e municipais para dialogar sobre o atendimento à pauta de reivindicações.
Com a operação de Belo Monte, as violações de direitos humanos persistem em nossa região, porém nada está sendo feito pelo poder público, nem a nível local nem federal. Para que nossa pauta ande, a única alternativa é ir para a luta, afirma Edizângela Barros, da coordenação do MAB e moradora de um dos reassentamentos de Belo Monte.
A atividade faz parte da jornada de lutas do MAB por ocasião do 14 de Março, dia internacional de Luta contra as Barragens.