Se o capital é internacional, nossa luta também deve ser
No segundo dia do Seminário Internacional Alimentos, Água e Energia não são Mercadorias, que acontece em Newark, Estados Unidos, o calor dos debates contrasta com o frio abaixo de zero […]
Publicado 13/03/2017
No segundo dia do Seminário Internacional Alimentos, Água e Energia não são Mercadorias, que acontece em Newark, Estados Unidos, o calor dos debates contrasta com o frio abaixo de zero que congela o país. A diversidade de temas abordados pelos representantes dos distintos países perpassaram a primeira mesa da manhã sobre O modelo energético e as lutas em defesa da água e dos rios, e a segunda, sobre O avanço do capital no setor de petróleo e as lutas atuais.
Entre os palestrantes da primeira mesa estão Rosalinda Ledesma, do Movimiento de los Afectados por Represas, do México, José Marie Muanda, do Movimento dos Atingidos por Barragens, da República Popular do Congo, e Ana Baptista, professora da univeridade New School e membro da organização Ironbound Community Corporation, dos Estados Unidos.
Rosalinda relatou o histórico de construção do Movimiento de los Afectados por Represes dando destaque para os espaços de formação, apoios em momentos críticos de repressão e intercâmbios de experiências entre as organizações de atingidos dos diversos países envolvidos América Latica. Se o capital é internacional, nossa luta também deve ser, afirma Rosalinda, ao falar da importância da articulação dos movimentos na América Latina.
José Marie Muanda, do Movimento dos Atingidos por Barragens, do Congo, relatou sobre a construção de barragens no seu país. Entre as principais empresas que atuam no país estão as chinesas, canadenses e espanholas. A realidade congolês apresentada por Jean Marie é muito parecida com a realidade brasileira e do restante da América Latina. As populações atingidas ficaram abandonas à sorte pelas empresas transacionais, afirmou. Segundo ele, este momento é muito importante. Nossa luta ainda está iniciando e realmente precisamos conhecer experiências de luta ao redor do mundo para nos fortalecer, finalizou.
Na segunda mesa da manhã, estiveram presentes João Antonio Moraes, diretor de Relações Internacionais da Federação Única dos Petroleiros, do Brasil, Carmen Zambrano, do Movimento dos Atingidos pela Chevron, do Equador, e José Bravo, da Aliança para a Transição Justa, dos Estados Unidos.
Moraes denunciou o golpe no Brasil e o interesse dos Estados Unidos na desestabilização política brasileira para o controle e expropriação do petróleo, dando destaque para o papel da imprensa no comando do golpe. Segundo ele, o que está por trás do golpe é a privatização de total do que ainda é público e está sendo vendido à preços muito inferiores do que realmente vale.