Na Bahia, manifestações marcam dia de luta pelos direitos dos atingidos e contra privatizações

No dia 14 de março, atingidos se mobilizarão em três pontos do estado: Salvador, Santa Maria da Vitória e Juazeiro O dia 14 de março será marcado por manifestações em […]

No dia 14 de março, atingidos se mobilizarão em três pontos do estado: Salvador, Santa Maria da Vitória e Juazeiro

O dia 14 de março será marcado por manifestações em defesa dos Direitos Humanos e contra as privatizações. A data, tida como o “Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, pelos Rios, pela Água e Pela Vida” é construída pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Brasil e por movimentos similares ao redor do mundo. Na Bahia está sendo realizada com diversos movimentos sociais e entidades do campo e da cidade.

Serão realizadas manifestações em três pontos do estado: Salvador, com mais de 300 pessoas; no Oeste da Bahia, no município de Santa Maria da Vitória; e no Norte do estado, em Juazeiro. “Em um momento em que a população e a democracia do Brasil sofrem um grande golpe, estamos vendo nossos direitos conquistados com muita luta serem retirados. Nesse contexto, o MAB se coloca na construção da unidade da classe trabalhadora do campo e da cidade em defesa dos direitos humanos, em uma grande mobilização de massa que leve a bandeira às ruas”, afirma Marta Rodrigues, militante do MAB.

As ações exigem a abertura de um diálogo direto com o governador Rui Costa, a partir de uma pauta unitária com dez itens, que levam o tema “Privatizar faz mal à Bahia”. Entre os principais pontos da pauta estão a não retirada da Petrobrás do estado, prevista com a venda dos campos terrestres da estatal; e pela não privatização da EMBASA, que levara à entrega das águas ao capital privado.

Segundo Moisés Borges, militante do MAB, o destaque da luta dos atingidos é a defesa do pagamento dos Royalties das hidrelétricas para a União, estados e municípios. “Essa riqueza gerada pelas hidrelétricas tem que ser distribuída com as comunidades que foram forçadas a sair de suas terras dando lugar aos grandes lagos. É com esses recursos que as comunidades têm a chance de se recuperar dos danos causados historicamente”, explica.

De acordo com o militante, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou uma redução no repasse de Compensação Financeira pelo Uso dos Recursos Hídricos (CFURH), também conhecido como Royalties das Hidrelétricas, para a União, estados e municípios. A redução pode chegar a 20% e está valendo desde o primeiro dia de janeiro de 2017. Em luta no dia 14 de Março, os atingidos cobram que o governador Rui Costa tenha um posicionamento contrário à decisão.

Entre as pautas específicas apresentadas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) estão a garantia de acesso à saúde e educação de qualidade à população dos municípios atingidos por barragens, bem como acesso à água e energia; além da suspensão dos projetos de barragens no estado da Bahia, em especial a PCH Caiçara, Gavião, Arrodiador, na região Oeste, e Riacho Seco e Pedra Branca, no Submédio São Francisco.

“Vamos lutar em defesa da nossa soberania, para que os bens estratégicos do nosso estado que geram tanta riqueza sejam distribuídos para o povo baiano e estejam sobre o controle popular”, reforça Moisés. As entidades exigem que pautas pendentes há mais de quatro anos tenham continuidade e se possa avançar em melhorias para a classe trabalhadora.

O que: “Privatizar faz mal à Bahia”, luta unitária no Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, pelos Rios, pela Água e pela Vida
Quando: Dia 14 de Março, a partir das 8 horas
Onde: Três municípios do estado: Salvador, Santa Maria da Vitória e Juazeiro
Contato: Assessora de Comunicação, Maíra Gomes (74)99931.7689 / (81) 99649.2830 / ZAP: (13)99113.3798

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro