No PR, atingidos pela barragem de Baixo Iguaçu sofrem descaso da empresa Neoenergia

Pela terceira vez seguida à empresa Neoenergia cancela em última hora a reunião de negociação com os atingidos, que estava marcada para a ultima terça feira (30). As famílias atingidas […]

Pela terceira vez seguida à empresa Neoenergia cancela em última hora a reunião de negociação com os atingidos, que estava marcada para a ultima terça feira (30).

As famílias atingidas alegam que não há consideração alguma por parte da empresa que detém maior parte do consórcio da Usina Baixo Iguaçu, no sudoeste do Paraná. Desde que as negociações foram retomadas no início desse ano não houve nenhum avanço na garantia dos direitos das famílias atingidas pelo empreendimento, há na verdade uma tentativa da empresa em atrasar os processos de negociação enquanto o trabalho no canteiro de obras continua acelerado.

 E o direito? E a vida que vai ficar em baixo d´água? Isso não é preocupação da empresa? Questiona Ailton Padilha, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Frente ao cancelamento da reunião de negociação por parte da Neoenergia, os representantes do MAB, reuniram-se com o líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná, Luiz Cláudio Romanelli, em que foi levantada a possibilidade de um decreto legislativo que anularia a autorização para a construção da barragem até que o impasse entre a empresa e os atingidos fosse resolvido.

Durante a sessão no plenário o líder do governo expôs a situação para todos os deputados falando do desrespeito por parte da empresa.  “Nós não podemos mais aceitar o tratamento desrespeitoso que está sendo dado pela Neoenergia ao movimento vou dizer a esta casa, pois temos trabalhado na interlocução e o resultado tem sido uma enrolação, o próprio governo está sendo enrolado. Não é possível que nós paranaenses possamos assistir pacificamente quando a Copel é sócia do consorcio”. Diz o parlamentar.

Durante o dia de ontem (31), as famílias atingidas reuniram-se em assembleia para ter conhecimento do que ocorreu até o momento, levando em consideração os avanços e retrocessos nas negociações.

“Já se prolongam 3 anos nesse impasse. Os preços das terras propostos pela empresa são muito inferiores aos valores do mercado e não há nenhuma proposta de terras para reassentamento adequadas para desenvolver a agricultura nos patamares desenvolvidos hoje pelas famílias”. Argumentou o coordenador do MAB.

Com mais de 60% já construída, a Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu segue a todo o vapor. A usina vai gerar um lucro médio de 300 milhões por ano, no entanto, este lucro não será para a população, muito menos para os atingidos. É a riqueza do Sudoeste do Paraná sendo exportada por uma multinacional espanhola, a Iberdrola, uma empresa que vem saquear o Brasil, enquanto os atingidos padecem a espera de uma solução.

Leia mais: http://www.mabnacional.org.br/noticia/baixo-igua-u-uma-hist-ria-entre-trag-dia-e-farsa

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