Atingidos por barragens ocupam linha férrea da Vale
Desde o início da manhã desta terça-feira (8), no Dia Internacional de Luta das Mulheres, 200 pessoas ocupam a linha férrea da Vale no distrito de Cachoeira Escura, município de […]
Publicado 08/03/2016
Desde o início da manhã desta terça-feira (8), no Dia Internacional de Luta das Mulheres, 200 pessoas ocupam a linha férrea da Vale no distrito de Cachoeira Escura, município de Belo Oriente (MG), na região do Vale do Rio Doce. Os manifestantes são mulheres, homens e crianças do Norte, Jequitinhonha, Zona da Mata e Vale do Rio Doce, todos atingidos pelo modelo exploratório das hidrelétricas e da mineração.
O Movimento dos Atingidos por Barragens denuncia o crime da Samarco (Vale/BHP Billiton) e cobra punição aos culpados. O rompimento da barragem em Mariana (MG), ocorrido no dia 5 de novembro, afetou todo o rio Doce e a vida de milhares de pessoas.
Passados mais de 120 dias do maior desastre socioambiental da história do país, centenas de atingidos ainda sofrem as consequências do rompimento da barragem do Fundão. As principais pautas dos atingidos é o acesso à água, a participação nas negociações e reparação integral de todos os danos.
Além das pautas relacionadas aos atingidos pelo crime da Samarco, o MAB denuncia os altos preços da conta de luz. Apesar de a matriz energética brasileira ser baseada na hidroeletricidade, uma das mais baratas, os trabalhadores pagam as contas mais caras do mundo. Além disso, os atingidos não têm seus direitos garantidos e os eletricitários sofrem com a precarização do serviço.
Para a militante do MAB, Camilla Brito, a mobilização de hoje é necessária para visibilizar os problemas da mineração e hidrelétricas. Enquanto a Vale lucra exportando nosso minério, o povo atingido não tem água de qualidade, não tem voz nas decisões. Se a Vale, responsável pela Samarco e também por várias hidrelétricas no rio Doce não atender as pautas, os atingidos não arredarão o pé da luta, afirma Camila.
Desde as 10h, os atingidos preparam um acampamento em cima da linha férrea. Não sairemos até sejamos ouvidos e nossas reivindicações atendidas, explica Camila.
A Jornada, que ocorre em todo o Brasil, também marca o Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, pelos Rios, pela Água e pela Vida, o 14 de Março.