Exposição Arpilleras Amazônicas chega a Santarém

Os participantes do Seminário “Direito e Desenvolvimento” em Santarém poderão conhecer as arpilleras construídas pelas mulheres do MAB na região amazônica. A exposição “Arpilleras Amazônicas: mulheres atingidas por barragens costurando […]

Os participantes do Seminário “Direito e Desenvolvimento” em Santarém poderão conhecer as arpilleras construídas pelas mulheres do MAB na região amazônica. A exposição “Arpilleras Amazônicas: mulheres atingidas por barragens costurando seus direitos” acontece na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), durante o seminário realizado pela organização de direitos humanos Terra de Direitos, hoje e amanhã (17 e 18 de fevereiro).

Estão expostas 9 arpilleras construídas coletivamente pelas mulheres do MAB no Tapajós, Xingu e Araguaia-Tocantins, no Estado do Pará. “As mulheres são as mais interessadas, elas perguntam sobre o trabalho que o Movimento tem feito e dizem que as arpilleras estão muito bonitas”, afirma Luvia Heidy Lima, integrante do MAB e moradora da comunidade Pimental, ameaçada pela construção do Complexo Tapajós. Ela e as jovens Débora, também do Pimental, e Lorena, da comunidade Campo Verde, estão no local durante a exposição para explicar para o público sobre as peças.

Uma primeira exposição com essas peças foi feita em Itaituba em outubro de 2015, por ocasião do Seminário “Mulheres da Amazônia”, atividade realizada pelo MAB em parceria com a Christian Aid e apoio da União Europeia. “Este trabalho tem dado muita visibilidade às mulheres atingidas e o próximo passo é levar as arpilleras amazônicas para expor em Belém, o que estamos planejando para o próximo semestre”, afirma Cleidiane dos Santos, da coordenação do MAB no Pará.

Leia mais sobre o seminário “Direito e Desenvolvimento” no site da Terra de Direitos.

O que é arpillera

“Arpillera” é uma técnica chilena de costura manual sobre tela de juta que as mulheres utilizaram para retratar cenas de violências praticadas pela ditadura de Augusto Pinochet contra as famílias. É com esse sentido político que as mulheres do MAB resgatam a técnica para retratar e denunciar as violações ocorridas no processo de construção de barragens no Brasil.

Com a compreensão de que as mulheres são as que mais sofrem com a construção de barragens, o MAB realizou mais de 100 encontros em todo o Brasil, que envolveu 900 mulheres atingidas por barragens na construção de arpilleras coletivas. Parte dessa rica produção está em exposição no Memorial da América Latina, em São Paulo, entre os dias 25 de setembro e 25 de outubro de 2015.

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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