Atingidos do complexo de barragens no Rio Teles Pires realizam encontro em Alta Floresta (MT)

Participantes  reafirmam a necessidade de articulação de espaços de lutas e diálogos comuns entre os atingidos.  O Fórum Teles Pires reuniu cerca de 50 lideranças de atingidos, no município de […]

Participantes  reafirmam a necessidade de articulação de espaços de lutas e diálogos comuns entre os atingidos. 

O Fórum Teles Pires reuniu cerca de 50 lideranças de atingidos, no município de Alta Floresta/MT nos dias 14 e 15 de dezembro para debaterem os impactos das barragens em suas vidas e comunidades. O encontro reuniu os povos indígenas Munduruku e Kayabi, pescadores, pequenos agricultores, professores, estudantes e procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MPE) de Alta Floresta.

O encontro proporcionou o intercâmbio de experiências, na qual os atingidos relataram uma série de violações em todas as usinas construídas e em construção no Rio Teles Pires, tais como acesso a informação, indenizações abaixo dos valores de mercado, mortalidade de peixes, poluição da água entre outros.

O encontro reuniu os procuradores federais de Sinop, Cuiabá e Brasília e o promotor do MPE de Alta Floresta na qual registraram que já são 21 ações movidas pelo órgão relacionado ao descumprimento de condicionantes e violações de direitos dos atingidos cometidos pelos empreendedores nas usinas de Sinop, Colíder, Teles Pires e São Manoel.  Afirmaram ainda que continuarão trabalhando junto aos atingidos “para pelo menos reduzir esse impacto na vida desses povos”, diz Marcia Zollinger do MPF de Brasília.

Segundo João Andrade e Brent Millikan, integrantes do Fórum Teles Pires, a elaboração dos licenciamentos e Programa Básico Ambiental (PBA) são feitos de uma forma que não realizam as devidas compensações e reparações dos impactos que esses empreendimentos provocam. Esses documentos, segundo os integrantes, podem ser comparados a um rolo compressor que passa por cima de tudo e todos não respeitando os direitos ambientais e sociais.

O encontro contou a presença do doutor em Engenharia Elétrica da UFMT, Dorival Gonçalves Junior e Chico Peixe, perito em ictiofauna do MPE de Cuiabá, na qual relataram sobre os projetos em andamento e planejados para a bacia do Rio Tapajós, na qual a perspectiva é “transformar a bacia em um imenso lago com todas essas hidroelétricas, em nome do lucro e as custas dos trabalhadores” denuncia Dorival.

O encontro “reafirmou a necessidade da unidade entre todos os atingidos da bacia, pois afinal estamos no mesmo barco”, diz Renato militante do MAB.

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