Atingidas por barragens da Amazônia trocam experiências em seminário
Trocar experiências, estudar o modelo energético e construir uma pauta de luta das mulheres. Esses foram os objetivos do Seminário Mulheres da Amazônia, que reuniu 25 atingidas por barragens de […]
Publicado 05/10/2015
Trocar experiências, estudar o modelo energético e construir uma pauta de luta das mulheres. Esses foram os objetivos do Seminário Mulheres da Amazônia, que reuniu 25 atingidas por barragens de seis regiões em Itaituba (PA) nos dias 2 a 4 de outubro. A atividade foi realizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
O encontro reuniu mulheres atingidas por barragens construídas há 30 anos, como Tucuruí (PA) e Samuel (RO), mulheres atingidas por projetos recentes, como Santo Antônio (RO), Belo Monte (PA) e Estreito (TO), e também mulheres ameaçadas pela construção de novos projetos, como o Complexo Tapajós e a Hidrelétrica de Marabá (PA). A atividade faz parte do trabalho que o Movimento vem conduzindo com as mulheres da região do Tapajós, em parceria com a entidade de cooperação Christian Aid e apoio da União Européia.
Aprendi muitas coisas, dessa vez foi muito bom porque teve mulheres de outras regiões, com outras experiências e ficou claro que nós temos direitos e que temos que lutar por eles, afirmou Heidy, moradora da comunidade Pimental, ameaçada pela construção do complexo Tapajós.
Durante o seminário, as mulheres também realizaram a exposição Arpilleras Amazônicas: mulheres atingidas por barragens costurando direitos na Amazônia, apresentando 16 arpilleras produzidas pelas mulheres da região na Faculdade do Tapajós (FAT).
Cada mulher atingida por barragem traz o testemunho de violações de direitos que sofreram em sua região, desde hidrelétricas construídas na ditadura até projetos bem recentes. Mas o principal aprendizado é que as próprias mulheres atingidas, conscientes dos seus direitos, se tornam formadoras para outras companheiras que estão passando pela mesma realidade e reafirmam que só organizadas e em luta são capazes de garantir seus direitos, afirmou Cleidiane, militante do MAB e coordenadora do projeto.