Milhares de pessoas vão às ruas no aniversário da Petrobrás
Movimentos populares que integram a Frente Brasil Popular realizaram atos em 20 estados do país no Dia Nacional de Luta em Defesa da Democracia, da Petrobrás e Contra o Ajuste […]
Publicado 04/10/2015
Movimentos populares que integram a Frente Brasil Popular realizaram atos em 20 estados do país no Dia Nacional de Luta em Defesa da Democracia, da Petrobrás e Contra o Ajuste Fiscal
O dia 3 de outubro é uma data histórica para a maior empresa estatal do Brasil. Este sábado marca o aniversário de 62 anos da Petrobrás. Entretanto, para milhares de pessoas, a comemoração foi realizada por meio de mobilizações pelo país.
Organizadas na recém-formada Frente Brasil Popular, movimentos populares saíram às ruas de 20 estados e do Distrito Federal no Dia Nacional em Defesa da Democracia, da Petrobrás e contra o Ajuste Fiscal.
Atualmente, cinco projetos de lei referente à Petrobrás tramitam no Senado e na Câmara dos Deputados. O mais polêmico deles é o Projeto de Lei 131, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que pretende retirar a exclusividade da Petrobrás da operação do pré-sal. De acordo com a FBP, o interesse por trás da proposta é a privatização da estatal.
Na capital paulista, cerca de 5 mil pessoas foram à Avenida Paulista, em frente ao escritório da Petrobrás, para protestar contra o projeto do tucano. O ato começou de forma lúdica, com um teatro que recordou momentos históricos da empresa. Um dos pontos altos da apresentação foi a representação da greve de 1995, uma das mobilizações mais importantes da história da classe trabalhadora.
Para Cibele Vieira, da (FUP), a lembrança da greve dos anos 90, no ato de hoje, tem uma grande importância pela semelhança com a conjuntura atual. “O momento atual é similar ao vivido nos anos 90, com ataques permanentes à empresa por alas conservadoras da sociedade e pela mídia, sobretudo aos trabalhadores petroleiros. Hoje, mais do que nunca, devemos defender a Petrobrás e o pré-sal, contra a privatização”, declarou.
Segundo Cibele, assim como nos anos 90, o sindicato dos petroleiros podem entrar em greve a qualquer momento para defender o patrimônio da estatal. “Em 95, a greve era chamada de “greve do fim do mundo”. Hoje, estamos com uma nova greve aprovada, infelizmente não vai haver alternativa. Essa luta não é só dos petroleiros, é de toda a sociedade”, afirmou.
Os manifestantes também reafirmaram a defesa da legalidade democrática, mas reprovaram o ajuste fiscal e os cortes de direitos realizados pelo governo federal. Nós estamos defendendo a democracia, pois ela faz parte da luta do povo e é uma conquista histórica. Entretanto, somos contra o ajuste fiscal promovido pela política econômica do governo federal, que retira os direitos e prejudica os trabalhadores. Nós queremos que esse ajuste seja aplicado aos ricos e não à classe que trabalha, defendeu o integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Gilberto Cervinski.
Além de São Paulo, os atingidos por barragens estiveram presentes em atos de outras sete capitais. Confira:
Ceará
Em Fortaleza (CE), a Frente Brasil Popular mobilizou aproximadamente quatro mil pessoas no Dia Nacional em Defesa da Democracia, da Petrobras e contra a política de ajuste fiscal. Os manifestantes saíram da Praça da Lagoinha, no Centro, e foram até a Praça do Ferreira.
Minas Gerais
Na capital mineira mais de 450 pessoas foram às ruas, às 8 horas da manhã, do bairro Pedreira Prado Lopes. As mulheres do bairro fizeram um bolo, distribuído posteriormente à população, em comemoração ao aniversário da Petrobrás. “Hoje é um dia histórico: são 62 anos da Petrobras. Estamos em luta nacional em defesa da democracia, do direito dos trabalhadores e das trabalhadoras, e contra o ajuste fiscal”, afirmou a integrante da coordenação nacional do MAB, Soniamara Maranho. Durante o período da tarde, mais de duas mil pessoas marcharam pelo centro da cidade.
Rio de Janeiro
A capital carioca antecipou o clima de mobilizações da Frente Brasil de Popular. Centenas foram às ruas na sexta-feira (02) em defesa da Petrobrás e da soberania nacional. Mais de 350 atingidos por barragens dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e do próprio Rio de Janeiro se somaram às manifestações.
Paraná
No início da manhã, movimentos populares protestaram contra a privatização da Companhia Paranaense de Energia, em Curitiba (PR). Os manifestantes realizaram um abraço coletivo na estatal para simbolizar o repúdio às ofensivas contra a empresa. Após o ato, os militantes seguiram em marcha até a Boca Maldita.
Rio Grande do Sul
Em Porto Alegre (RS), aproximadamente 700 pessoas se reuniram na torre histórica de petróleo, localizada na Praça da Alfândega, para comemorar o aniversário da Petrobrás e rechaçar o projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que pretende retirar a exclusividade da estatal no controle do pré-sal. Nós, da Plataforma Operária e Camponesa, estamos denunciando como o capital vem explorando a cadeia de energia para gerar lucro. Não vamos permitir qualquer forma de desmonte da Petrobrás, afirmou a militante do MAB, Neudicléia Oliveira.
Já no interior do estado, em Caxias do Sul (RS), os movimentos sociais da Serra Gaúcha realizaram um seminário para debater a importância da destinação das riquezas provenientes do pré-sal para as áreas de saúde e educação. O evento foi sucedido por uma caminhada até o centro da cidade, com a participação de 200 pessoas.
Pará
Em Belém (PA), aproximadamente 400 militantes do MAB, MST, CUT, CTB, PT, PCdoB, Consulta, Levante Popular da Juventude e Consulta Popular marcharam da região das docas até a Praça do Relógio. Além de se somarem às pautas nacionais, os movimentos populares também fizeram fortes críticas ao atual governador Simão Jatene (PSDB). De acordo com o integrante da coordenação do MAB, Rogério Hohn, o ato mostrou o esforço das organizações em construir a unidade dos trabalhadores no estado. “Vamos continuar nesse processo, pois acreditamos na pressão popular para avançarmos nas nossas pautas”, afirmou.
No município de Altamira (PA), atingidos pela barragem de Belo Monte, além de integrantes da Casa de Educação Popular, Comissão de Justiça e Paz de Brasil Novo, Movimento de Mulheres, PT, PCdoB, UJS e Levante Popular da Juventude, marcharam durante o período da manhã pelo centro urbano.
Rondônia
Mais de 150 pessoas marcharam pela Avenida Sete de Setembro, em Porto Velho (RO). Em frente ao Palácio do Governo, os movimentos populares que integram a Frente Brasil Popular realizaram um ato contra o ajuste fiscal.