Seminário da Energia reúne mais de 80 pessoas na Bahia

Construído pela Plataforma Operária e Camponesa da Energia, o Seminário Estadual: Energia, Educação e Indústria no Brasil reafirmou a necessidade de lutar pela Petrobrás para garantir o desenvolvimento do país […]

Construído pela Plataforma Operária e Camponesa da Energia, o Seminário Estadual: Energia, Educação e Indústria no Brasil reafirmou a necessidade de lutar pela Petrobrás para garantir o desenvolvimento do país

com informações do Senge e Sindipetro Bahia

Foi realizado nesta quinta-feira (01) o I Seminário Estadual: Energia, Educação e Indústria no Brasil, construído pela Plataforma Operária e Camponesa da Energia. O evento reuniu representantes de diversos movimentos sindicais e sociais de 22 municípios baianos, no Sindicato dos Petroleiros da Bahia, para debater temas ligados à Petrobrás e a soberania nacional.

Estavam presentes representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Consulta Popular, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude, Sindicato dos Engenheiros da Bahia (SENGE), Sindicato dos Petroleiros da Bahia, Sindiprev e Sinergia.

O coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, relatou a atual situação da Petrobrás e o cenário econômico e geopolítico que levou ao aumento do preço do barril de petróleo em todo o mundo. Deyvid ressaltou que, infelizmente, em momentos de crise o capitalismo se favorece. No caso da Petrobrás, as vendas de partes das ações da BR Distribuidora e Gaspetro apenas favoreceram o capital privado. “É lastimável ver os ativos subvalorizados sendo vendidos, beneficiando somente quem o comprador, como aconteceu no caso da venda da Vale do Rio Doce”, recordou.

Júlia Garcia, do Coletivo de Mulheres do Sindicato dos Engenheiros da Bahia, explicou que o seminário surgiu a partir do seminário nacional da Plataforma, realizado no mês de agosto, em São Paulo. Lá foi tirada a tarefa de que todos os participantes replicassem o seminário em seus estados, abordando temas sobre o desenvolvimento nacional e a soberania com investimentos voltados para a educação, saúde e distribuição de renda.

Garcia citou que dez mil engenheiros foram demitidos por conta da operação Lava Jato na Bahia somente esse ano. “É uma ofensiva política que agrava e aprofunda a crise econômica que estamos vivendo no país”. Segundo ela, o seminário definirá um plano de ação para a construção da campanha nacional que deverá envolver todas as regiões da Bahia.

O coordenador nacional do MAB, Moisés Borges, ressaltou a importância do evento que, segundo ele, traz a possibilidade de diálogo com diversos setores sobre o petróleo. De acordo com Borges, o setor elétrico brasileiro já sofreu todas as consequências da privatização pretendidas para a cadeia do petróleo. “A privatização não foi boa nem para os trabalhadores, nem para os atingidos. Essa estratégia de privatização é a mesma que querem fazer com o petróleo, ou seja, fragmentar o sistema”, lamentou.

No caso do sistema elétrico, afirma Borges, ele foi dividido entre geradoras, transmissoras e distribuidoras. Dessa maneira o capital internacional olha para o sistema do petróleo brasileiro e deseja fazer o mesmo: privatizar a Transpetro, Gaspetro, a BR Distribuidora.

Petróleo e Educação

A professora Lirani Maria Franco, representante da CNTE, alertou para a necessidade de unir todas as categorias para impedir a aprovação dos projetos que visam mudar a atual legislação do petróleo. “Recentemente foi aprovado o Plano Nacional de Educação, que tem metas a serem cumpridas e que precisam desses recursos originários do pré-sal. Assim, mudar a legislação do setor petróleo inviabiliza os investimentos na educação e prejudica as futuras gerações”, afirmou.

Para o representante do MPA, Edvagno Matos Rios, o encontro coloca em prática a unidade operária e camponesa. “Procuramos nessa aliança entre o campo e a cidade a força necessária para garantir que a Petrobrás não seja privatizada e para garantir a atual legislação do pré-sal.”.

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