Por energia barata para o povo

Brasil tem capacidade e recursos para produzir energia a baixo preço, mas privatização do setor impede isso. por Pedro Carrano, do Brasil de Fato Se houver privatização na exploração do […]

Brasil tem capacidade e recursos para produzir energia a baixo preço, mas privatização do setor impede isso.


por Pedro Carrano, do Brasil de Fato

Se houver privatização na exploração do petróleo, o povo brasileiro terá dificuldades de resolver seus principais problemas. Isto é o que defendeu o integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Gilberto Cervinski, durante abertura do seminário estadual Soberania e Desenvolvimento, que acontece hoje (02) em Curitiba.  

“A Petrobrás e sua riqueza é maior do que toda a agricultura brasileira, por exemplo. Estamos falando de uma riqueza que representa dez por cento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Dizem que está falida, mas por trás há interesses para isso”, afirmou o dirigente.   

O seminário- preparado nas vésperas do aniversário de 62 anos da Petrobrás e de um dia nacional de mobilizações em defesa da estatal- é organizado pelo Fórum de Lutas 29 de Abril, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e sindicatos, Plataforma Operária e Camponesa para Energia, MAB, MST, entre outras entidades.

Entre as mensagens que marcaram a manhã da atividade de formação esteve a de que a luta não é apenas dos sindicatos petroleiros. “Mas dos brasileiros. Os petroleiros já enfrentaram em 1995, na luta histórica que impediu que fosse privatizado”, acrescentou Cervinski.

Condições de produção energética

O Brasil tem as melhores condições energéticas do mundo. Para ele, é possível no Brasil produção de energia ao menor custo mundial. Em outros países do mundo, predominam fontes como a termoelétrica, que envolve queima de carvão. “A lógica é essa, a energia está entre as mais baratas do mundo para produzir. Mas a tarifa é a mais cara do mundo. A diferença é o lucro do capital”, explicou.

Por isso, no caso do ramo energético, de acordo com Cervinski, não houve privatização do setor elétrico na China ou nos EUA, mas nos países onde há hidroeletricidade, como é o caso brasileiro. O dirigente do MAB alertou para o risco de privatizações de estatais- caso da Copel (Companhia Paranaense de Energia)-, com o consequente aumento da tarifa.

Cervinski também fez a comparação com o lucro do setor elétrico, dominado pelo capital dos bancos. “Quem mais lucra no setor de energia são os bancos, mesmo no caso da Copel”, disse.

Impactos sobre os trabalhadores

Ulisses Kaniak, dirigente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge), apontou que, no caso da Copel, a energia sempre foi barata para o povo. Recordou da ocupação por três dias da Assembleia Legislativa do Paraná, no começo dos anos 2000, quando se tentou aprovar a privatização da Copel.

Desde então, como afirma, a Copel seguiu pública, mas sobre um novo marco regulatório. A regulação se deu em prol de empresas privadas do setor. Este seminário como um todo fez uma dura crítica contra a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que atua contra o povo. Kaniak apontou também o aumento do número de acidentes, resultado dessa política. “Os trabalhadores terceirizados morrem mais do que os outros, isso está comprovado. Por isso as lutas estão interligadas, na luta contra o projeto PLC 30 das terceirizações”, afirmou Ulisses Kaniak.

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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