Após protesto, BNDES assume compromissos com atingidos
Luciano Coutinho, presidente do banco, recebeu a coordenação do MAB para discutir as reivindicações. No final da tarde desta quinta-feira (1º), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e […]
Publicado 02/10/2015
Luciano Coutinho, presidente do banco, recebeu a coordenação do MAB para discutir as reivindicações.
No final da tarde desta quinta-feira (1º), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, recebeu membros da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) para discutir a pauta de reivindicações das famílias atingidas que fizeram um protesto com mais de 400 pessoas na entrada da sede do banco no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Além do presidente, também estavam presentes o Diretor de Infraestrutura, Nelson Siffert, o Diretor de Inclusão Social, Jose Henrique Paim Fernandes e diversos superintendentes. Durante o encontro, o MAB apresentou todas as pauta de reivindicação.
Durante o debate, Luciano Coutinho afirmou que todas as reivindicações estão dentro da perspectiva de atuação do banco. A pauta apresentada está de acordo com o que nós queremos fazer na área de inclusão social, com iniciativas para a produção sustentável, o desenvolvimento comunitário, a proteção ambiental, entre outras, afirmou.
Neste sentido, ela se comprometeu a liberar R$ 50 milhões para o investimento em iniciativas de inclusão produtiva como as Hortas de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS). Deste montante, R$ 40 milhões virão do Fundo Amazônia para serem trabalhados com comunidades ameaçadas e atingidas nos estados amazônicos e o restante do Fundo Social do banco a serem investidos no restante do país.
Os ameaçados pela barragem de Itaocara, na divisa entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, ouviram de Luciano Coutinho o compromisso de debater com o Movimento a forma como o consórcio Light-Cemig terá que agir para garantir todos os direitos das comunidades. Esta será umas das etapas para a liberação do financiamento da obra que já foi solicitado pelos empreendedores.
BNDES discutirá Planos de Recuperação das Comunidades e Fundo específico
O banco também aceitou debater a criação de uma Política Pública que garanta um tratamento mais justo a todos os atingidos por barragens do país, bem como de um Fundo específico para tal fim como já existem outros dentro do banco. Também surgiu a proposta de incluir o MAB na Linha ISE – Investimentos Sociais de Empresas que financia iniciativas em programas de investimentos sociais em todo o país, o que ficou para ser debatido nos próximos encontros.
Para Joceli Andrioli, da coordenação nacional do MAB, o encontro desta quinta-feira foi um avanço e as conquistas são frutos da mobilização do povo. Eles sentiram a pressão popular e colocaram a negociação em um novo patamar, agora com uma agenda mais pensada, sistemática. O BNDES tem uma grande dívida conosco porque ele também é o responsável pelos impactos que sofremos em nossas comunidades, lembrou. “Agora precisamos continuar mobilizados, fortalecer a luta em todas as regiões para não deixar a pauta discutida cair no esquecimento, concluiu.