Em GO, movimentos organizam II Feira das Sementes, Mudas e Raças Crioulas

do MCP A II Feira e Festa das Sementes, Mudas e Raças Crioulas: em Defesa da Biodiversidade é resultado de um longo processo histórico de enfrentamento, resistências e conquistas das […]

do MCP

A II Feira e Festa das Sementes, Mudas e Raças Crioulas: em Defesa da Biodiversidade é resultado de um longo processo histórico de enfrentamento, resistências e conquistas das famílias camponesas do Brasil, da América Latina e de outros continentes pelo direito à soberania alimentar. Faz parte da luta pela construção de um projeto de agricultura camponesa brasileira baseado na produção de comida saudável e diversificada, para alimentar quem vive no campo e, principalmente, quem vive nas cidades.

Acima de tudo, a II Feira e Festa das Sementes, Mudas e Raças Crioulas existe para fortalecer as relações de respeito e valorização da biodiversidade, a íntima relação de camponesas e camponeses com a terra, em seus diferentes territórios, para consolidar práticas socioeconômicas de liberdade, solidariedade e esperança para toda forma de vida e por toda vida.

Com o intuito de promover e fortalecer a agricultura camponesa, o resgate e multiplicação de sementes crioulas, é que nasce esta ação coletiva do Movimento Camponês Popular (MCP), juntamente o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) para a realização deste evento.

Nesta ação coletiva, os camponeses e as camponesas festejam suas culturas e tradições, divulgam seu processo de luta e resistência para superação da pobreza e das precárias condições impostas ao povo camponês, trocam experiências com outras práticas de produção que respeitam o ambiente e a vida e celebram a abundância da produção camponesa que abastece a mesa do povo brasileiro. E nesse processo de trocas, também fortalecem as relações de compromisso com a preservação da diversidade cultural e ambiental e, reafirmar o direito dos povos à sua soberania alimentar, tendo a garantia de produzir e ter alimentos saudáveis para o campo e a cidade.

Com esse espírito de construção e avanço na luta e de unidade do campo e da cidade, queremos contar com sua presença nesta atividade.

Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.

[…]

Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.

Sou de origem obscura e de ascendência pobre. Alimento de rústicos e animais do jugo.

Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão do eito.

Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário.

Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha.

Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paiois.

Sou o cocho abastecido donde rumina o gado

Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.

Sou o carcarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.

[…]

Sou o milho.

Oração do milho – Cora Coralina

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro