Líderes convocam o povo às ruas para defender a Petrobrás
“Vamos defender a Petrobrás, o que significa defender a democracia”, afirmou o presidente Lula durante ato que ocorreu nesta terça-feira (25), na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro. […]
Publicado 25/02/2015
“Vamos defender a Petrobrás, o que significa defender a democracia”, afirmou o presidente Lula durante ato que ocorreu nesta terça-feira (25), na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro.
Na noite de ontem (24) um grande ato lançou nacionalmente a mobilização em defesa da Petrobrás através da mensagem Defender a Petrobrás é defender o Brasil! O ato, organizado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), aconteceu na Associação Brasileira de Imprensa e reuniu cerca de 1000 pessoas entre intelectuais, artistas, lideranças políticas, sindicais e de movimentos sociais, além de centenas de trabalhadores da Petrobrás.
O ato foi marcado por falas que expressaram o orgulho da empresa que representa 13% do PIB brasileiro. As manifestações também marcaram a defesa da Reforma Política e conclamaram a população para sair às ruas em defesa da empresa no próximo dia 13 de março.
Segundo o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, com a mobilização, quer-se chamar a atenção do que representa a Petrobrás para a sociedade, para o cidadão brasileiro. Segundo ele, desde a sua fundação, a empresa foi colocada de lado por uma parcela da sociedade, mas outra parcela construiu a empresa que hoje é o orgulho dos brasileiros. E como ela é hoje operadora única do pré-sal, quem tem petróleo tem poder, pois poucas empresas no mundo tem reservas de petróleo comprovadas como a Petrobrás tem. Então quem está por trás destes ataques são grandes empresas transacionais, afirmou.
João Pedro Stédile falou em nome dos movimentos sociais camponeses e anunciou aos petroleiros e ao povo brasileiro que os movimentos marcharão para o que der e vier, não só porque a Petrobrás é uma empresa pública, mas porque a Petrobrás é a zeladora constitucional da maior riqueza que o povo brasileiro ainda tem para pensar um projeto de desenvolvimento da nação. É a única forma de rompermos os grilhões do imperialismo e construirmos uma economia brasileira a serviço do povo, disse.
Segundo ele, o que está em jogo neste momento é lei da Partilha e quem ficará com a riqueza do petróleo e do gás. A burguesia internacional não permite que essa riqueza vá para a educação e para a saúde, então as aves de rapina do norte, americanas e inglesas, querem abocanhar o pré-sal, querem privatizá-lo, e para isso estão usando os tucanos brasileiros. Por isso, o senador Aloizio Nunes já encaminhou ao senado um projeto para romper a lei da Partilha.
Stédile falou também falou sobra a importância da reforma política e da mobilização popular para impedir que o ataque à Petrobrás avance. Nós ganhamos as eleições nas urnas e eles agora nos derrotaram no congresso e na mídia. Nós só temos uma forma de voltar a derrotá-los, é nas ruas. E se nós não formos para as ruas, a burguesia se voltará cada vez mais contra nós!, finalizou.
O ex-presidente Lula também esteve presente e disse que está pronto para ir para as ruas defender a Petrobrás, defender a reforma política e a democracia. “Sou filho de uma mulher analfabeta, de um pai analfabeto. E o mais importante legado que minha mãe deixou foi o direito de eu andar de cabeça erguida e ninguém vai fazer eu baixar a cabeça neste país. Honestidade não é mérito, é obrigação. Eu quero paz e democracia, mas se eles querem guerra, eu sei lutar também”, desafiou.
Durante o ato, Lula comparou o atual momento político pelo qual passa o país com o período imediatamente posterior à instalação da ditadura militar no Brasil, em 1964.
“Percebo que eles continuam fazendo hoje o que sempre fizeram antes. A ideia básica é criminalizar antes, tornar bandido antes, antes de ser investigado e julgado. É criminalizado pela imprensa e começa o processo pela sentença. O problema sério é que se eu conto uma inverdade muitas vezes, ela vira verdade para milhões de pessoas. A tal da teoria do domínio do fato, eu não tenho que saber se você cometeu um crime, mas se você é o chefe, então você cometeu. É um pressuposto”, afirmou. “No caso da Petrobras, se parte do pressuposto de que tem que acabar com a Petrobras e criminalizar a política”, disse.
“Nossa companheira Dilma tem que deixar a Petrobras para a Petrobras, as investigações para o ministro da Justiça. A Dilma tem que lembrar que ganhou eleição, levantar a cabeça e cuidar do país. Ela não pode dar trela. Nós ganhamos as eleições e parece que temos vergonha de ter ganhado”, afirmou. “Vamos defender a Petrobras, que significa defender a democracia”, finalizou o ex-presidente.
O ato se encerrou com um grande chamamento para as grandes mobilizações que irão ocorrer nas capitais e nas principais cidades onde a Petrobrás atua no dia 13 de março.