Xingu livre
Por Antônio Claret Fernandes, militante do MAB em travessia Ele bebe água gota a gota nas fontes de Mato Grosso, vai se volumando, crescendo, crescendo e, de tão generoso e […]
Publicado 05/12/2014
Por Antônio Claret Fernandes, militante do MAB em travessia
Ele bebe água gota a gota nas fontes de Mato Grosso, vai se volumando, crescendo, crescendo e, de tão generoso e persistente, tona-se esse gigante do Pará, que sonha e alimenta um grande amor por Altamira, fazendo uma volta grande para encontrar-se com ela, atrasando sua viagem, beijando-a no verão e abraçando-a no inverno, envolvendo-a no seu leito, fecundando-se um ao outro, então rio e povo se misturam, as águas crescem, as mentes se abrem, sobra vontade de lutar, e seguem juntos, numa mesma cumplicidade, na força popular, e brincam de roda por entre as ilhas, e espremem-se no canal, e saltam o muro, e entram em cana, e se tornam energia presa a um fio de nada amarrado à consciência, a divisa entre a opressão e a liberdade.
Aconteça o que acontecer ao Xingu, ele corre livre na esperança do povo.