Atingida por Belo Monte grava propaganda sobre reassentamento mas não recebe casa

Atingida pela hidrelétrica de Belo Monte, Elissandra gravou propaganda para a empresa sobre a relocação para o reassentamento urbano. O anúncio, divulgado em janeiro de 2014, diz que Elissandra já […]

Atingida pela hidrelétrica de Belo Monte, Elissandra gravou propaganda para a empresa sobre a relocação para o reassentamento urbano. O anúncio, divulgado em janeiro de 2014, diz que Elissandra já “ganhou” sua casa. Dez meses mais tarde, a mulher continua morando em casa de palafita e alega que a empresa só lhe ofereceu R$ 10 mil em indenização


Elissandra Oliveira, atingida pela maior obra de infraestrutura do Brasil, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em fase de construção no leito do rio Xingu, no Pará, conta que foi iludida pela empresa Norte Energia (dona de Belo Monte) para gravar comercial sobre os reassentamentos.

A moradora de Altamira relatou que aceitou gravar a propaganda após ter a garantia que receberia uma casa. “Eu estava trabalhando e eles pediram pra mim: Elissandra, eu vou te dar 10 mil ou então casa. Aí eu falei assim: eu aceito casa. Eu faço e aceito casa. Bom, aí eu fui. No outro dia fui no salão, arrumei meu cabelo e vim fazer a entrevista com eles”, relembrou.

Passados dez meses após a veiculação do comercial, Elissandra continua na mesma situação de outros milhares de atingidos por Belo Monte, ou seja, sem direito ao reassentamento.

Das 7.790 famílias cadastradas na área urbana de Altamira, apenas 3.980 vão receber uma casa nos novos loteamentos. As demais deverão se contentar com indenizações, com valores insuficientes para comprar novas casas na região, que sofre com altas taxas de inflação desde o início da obra.

Além dessas, o Movimento dos Atingidos por Barragens calcula que mais 10,7 mil pessoas estão de fora do cadastro socioeconômico, o que tem gerado uma série de conflitos e mobilizações nos últimos meses. 

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