Polícia francesa mata ativista contra barragem

Apesar da omissão de todos os grandes veículos de comunicação brasileira, o governo francês vive uma instabilidade política desde o início desta semana. O motivo foi a morte do ativista […]

Apesar da omissão de todos os grandes veículos de comunicação brasileira, o governo francês vive uma instabilidade política desde o início desta semana. O motivo foi a morte do ativista Rémi Fraisse, no domingo (26), durante uma manifestação contra a construção da barragem de Sivens, no sul da França.

Segundo investigações preliminares, a morte pode ter sido causada por uma granada, lançada por um policial durante a manifestação que reuniu cerca de sete mil pessoas na região de Testet, que abriga o canteiro de obras da barragem. Se confirmada, esta será a primeira morte cometida pela polícia nos últimos trinta anos no país.

O crime de Estado cometido contra o jovem de 21 anos insuflou uma onda de protestos não apenas na França, como em diversas cidades da Europa. Nesta quarta-feira (29), cerca de 250 manifestantes foram novamente atacados pela polícia no centro de Paris.

A construção da barragem, atualmente paralisada, foi planejada ao longo da floresta de Sivens, na região de Testet, área de rica biodiversidade, de flora e fauna, considerada o pantanal francês.

O projeto foi idealizado pelo Conselho Geral do Estado de Tarn, totalmente financiado com dinheiro público, para irrigar uma grande extensão de terra para a agricultura. Entretanto, ativistas apontam que não houve qualquer consulta à população sobre a obra, considerada inútil.

Os manifestantes pedem a saída do ministro do interior, Bernard Cazeneuve, e exigem a punição do policial responsável pela morte de Rémi.

Para a integrante do Coletivo de Relações Internacionais do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Yara Naí, a morte do ativista apenas evidencia a violência sofrida por aqueles que questionam a ordem estabelecida. “Lamentamos a morte de mais um atingido por barragem pela repressão de Estado, essa que dizima milhares de militantes diariamente em todo o mundo”, afirmou.

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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