Polícia francesa mata ativista contra barragem
Apesar da omissão de todos os grandes veículos de comunicação brasileira, o governo francês vive uma instabilidade política desde o início desta semana. O motivo foi a morte do ativista […]
Publicado 31/10/2014
Apesar da omissão de todos os grandes veículos de comunicação brasileira, o governo francês vive uma instabilidade política desde o início desta semana. O motivo foi a morte do ativista Rémi Fraisse, no domingo (26), durante uma manifestação contra a construção da barragem de Sivens, no sul da França.
Segundo investigações preliminares, a morte pode ter sido causada por uma granada, lançada por um policial durante a manifestação que reuniu cerca de sete mil pessoas na região de Testet, que abriga o canteiro de obras da barragem. Se confirmada, esta será a primeira morte cometida pela polícia nos últimos trinta anos no país.
O crime de Estado cometido contra o jovem de 21 anos insuflou uma onda de protestos não apenas na França, como em diversas cidades da Europa. Nesta quarta-feira (29), cerca de 250 manifestantes foram novamente atacados pela polícia no centro de Paris.
A construção da barragem, atualmente paralisada, foi planejada ao longo da floresta de Sivens, na região de Testet, área de rica biodiversidade, de flora e fauna, considerada o pantanal francês.
O projeto foi idealizado pelo Conselho Geral do Estado de Tarn, totalmente financiado com dinheiro público, para irrigar uma grande extensão de terra para a agricultura. Entretanto, ativistas apontam que não houve qualquer consulta à população sobre a obra, considerada inútil.
Os manifestantes pedem a saída do ministro do interior, Bernard Cazeneuve, e exigem a punição do policial responsável pela morte de Rémi.
Para a integrante do Coletivo de Relações Internacionais do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Yara Naí, a morte do ativista apenas evidencia a violência sofrida por aqueles que questionam a ordem estabelecida. Lamentamos a morte de mais um atingido por barragem pela repressão de Estado, essa que dizima milhares de militantes diariamente em todo o mundo, afirmou.