Atingidos questionam barragens no norte de Mato Grosso
Nos dias 29 e 30 de maio aconteceu o Seminário do Fórum Teles Pires, na cidade de Sinop, no Mato Grosso. O tema do Seminário foi Política Energética no Brasil […]
Publicado 01/06/2014
Nos dias 29 e 30 de maio aconteceu o Seminário do Fórum Teles Pires, na cidade de Sinop, no Mato Grosso. O tema do Seminário foi Política Energética no Brasil e a UHE Sinop e nele estiveram reunidos movimentos sociais, sindicatos, pescadores e atingidos do assentamento Gleba Mercedes, ameçados do complexo hidrelétrico da bacia do rio Teles Pires e Juruena. Professores e estudantes da Universidade do Estado do Mato Grosso UNEMAT/Sinop e das escolas rurais e urbanas do município também participaram.
O objetivo do evento foi o fortalecimento das ações dos atingidos na região e as diversas organizações debateram sobre os impactos ambientais e sociais das barragens sobre a população atingida.
No dia 29, mais de 600 pessoas estiveram presentes no anfiteatro da Unemat, discutindo a política energética brasileira e o porquê da construção da UHE de Sinop. Dentre os apontamentos dos palestrantes e participantes reunidos, o que mais chama a atenção é justamente a falta de informação por parte do consórcio responsável pela obra e do poder público; a falta de estudos mais aprofundados de impactos causados nas regiões atingidas; a falta de especificidade da legislação em relação aos direitos dos atingidos, e principalmente em relação às indenizações dos atingidos e planejamento socioambiental.
No final da tarde do dia 29 o grupo CESI, responsável pela barragem, recebeu um grupo dos atingidos, que reafirmaram serem os legitimos interlucutores das pautas da população atingida. Com o Seminário, os movimentos sociais puderam fazer de suas vozes um instrumento de organização e luta para que não fiquem desamparados perante esse irresponsável avanço dos grupos empresariais que estão comprometidos somente com os gigantescos lucros.
Assim, esses movimentos e os grupos organizados pretendem divulgar e continuar a articulação, união, planejamento de uma pauta que contemple a defesa de seus direitos, afirmaram as lideranças do MAB. Ao final, os participantes fizeram uma carta aberta à sociedade sobre os principais pontos discutidos no Seminário e exigências de direitos indispensáveis para a continuidade deste processo.