Geração Céu Azul/Neoenergia não recebe atingidos por Baixo Iguaçu
Consórcio construtor da Hidrelétrica Baixo Iguaçu, localizada no sudoeste do Paraná, nega-se em dialogar com atingidos, mas mobilização garante reunião com governador do estado Na ultima quarta-feira dia (12), o […]
Publicado 20/03/2014
Consórcio construtor da Hidrelétrica Baixo Iguaçu, localizada no sudoeste do Paraná, nega-se em dialogar com atingidos, mas mobilização garante reunião com governador do estado
Na ultima quarta-feira dia (12), o Grupo Geração Céu Azul/Neoenergia não compareceu à reunião previamente agendada com a Comissão dos Atingidos pela Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu. O grupo é detentor de 70% da usina outros 30% pertencem à Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL).
A reunião ocorreria na cidade de Capanema, localizada no sudoeste do Paraná. A pauta discutiria um novo caderno de preços, que serviria de base para o valor de indenização das terras.
O atual caderno de preços prevê valores que variam entre R$ 19 mil e R$ 132 mil por alqueire, mas critérios como a depreciação por qualidade/tipo de uso do solo, acesso a centros administrativos e outros, reduziriam significativamente os valores quando aplicados e não permitiriam a aquisição de terras em condições iguais às atuais.
No mesmo dia, quarta-feira, 350 atingidos aguardavam o resultado da negociação que não ocorreu no salão do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capanema/PR.
Diante do não comparecimento da empresa na mesa de negociação, e temendo um retrocesso em direitos fundamentais e criminalização de lideranças, os atingidos seguiram até a cidade de Cascavel, no oeste do Paraná, onde montaram acampamento e ocuparam a sede da COPEL. Por volta das 18 horas foram recebidos pela gerência regional da empresa, que assumiu compromisso de apresentar, no dia seguinte (13/13), respostas concretas às pautas de negociação, que apontavam:
1) Retomada das negociações com a efetiva participação da COPEL;
2) Um novo caderno de preços das terras;
3) Aquisição de áreas para reassentamento das famílias;
4) Plano de recuperação/reestruturação e desenvolvimento para as comunidades ribeirinhas/remanescentes;
5) O fim da criminalização da luta dos atingidos.
6) Efetivação de uma Política Estadual de direito dos atingidos por barragens.
Mesmo debaixo de chuva, os atingidos permaneceram no local, onde também se confirmou uma audiência com o governador do estado do Paraná, Beto Richa (PSDB), que estaria em Cascavel na parte da tarde do dia 13/03. A audiência ocorreu às 16 horas, onde participaram uma coordenação dos atingidos, o Bispo Dom José Peruzzo, representante da OAB, deputados e prefeitos.
Também foi entregue a pauta de reivindicações ao governador, da qual o mesmo assumiu o compromisso de intervir pessoalmente. Em sua fala ele também reconheceu como legítimas as angústias e a indignação dos atingidos pelo não avanço nas negociações. Comprometeu-se em envolver a COPEL, e agendou uma reunião para o dia 21/03, próxima sexta-feira, com a diretoria da empresa.
Assumiu em exercer, como representante do estado, pressão para resolver o conflito. E, por fim, o Beto Richa afirmou a importância da criação da política estadual de direitos aos atingidos por barragens, pois servirá para antecipar solução aos conflitos nas hidrelétricas futuras.
A coordenação, juntamente com os atingidos, aguarda a confirmação da retomada das negociações e do agendamento de uma reunião com todos os órgãos do governo do estado envolvidos no processo.
Nossos direitos só a luta faz valer.
Água e energia, com soberania, distribuição de riqueza e controle popular.
Coordenação dos Atingidos pela Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu