Mulheres atingidas ocupam o DNOCS no Ceará

Com as palavras de ordem “Mulheres, água e energia não são mercadoria”, mulheres atingidas pelas barragens de Castanhão, Aracoiaba e Figueiredo ocupam o Departamento Nacional de obras Contra as Secas […]

Com as palavras de ordem “Mulheres, água e energia não são mercadoria”, mulheres atingidas pelas barragens de Castanhão, Aracoiaba e Figueiredo ocupam o Departamento Nacional de obras Contra as Secas (DNOCS) desde o início da manhã desse  14 de março, Dia internacional de lutas contra as barragens, pelos rios, pela água e pela vida.

O objetivo é denunciar a violação dos direitos das  mulheres a partir da construção de barragens. O DNOCS, órgão estatal, é responsável pela construção de barragens e, por isso, as atingidas se mobilizam para reivindicar seus direitos.

 Os atingidos cobram um encaminhamento da pauta dos atingidos pelas barragens da região, em especial a barragem de Figueiredo, onde famílias reassentadas nas proximidades do lago estão sem acesso à água e à energia, além de problemas relacionados com a questão da terra e com a necessidade de construção de novas casas.

“Vivemos próximo à barragem, que serve para acumular água, e nós que fomos atingidas não temos acesso a essa água. Nossas casas estão rachadas e sem energia, hoje estamos na luta pelos nossos direitos e não saímos daqui sem que nossa pauta seja atendida”, afirma a atingida pela barragem de Figueiredo, Carina da Silva.

As mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ainda relatam que a política de construção de barragens tem historicamente privado o povo de direitos básicos, denunciando o fato das barragens no semiárido servirem somente às empresas transnacionais e à elite da região.

“Este modelo de barragens não serve pro nosso povo, destrói as nossas comunidades e violam nossos direitos, em especial os direitos das mulheres”, conta a integrante da coordenação nacional do MAB, Suerda Almeida.

Uma equipe de diretores do DNOCS já está conversando com as mulheres, mas o MAB exige a presença do presidente da entidade, Emerson Fernandes,  para debater a pauta.

 

Pauta:

Defendemos a institucionalização da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB) pelo governo federal;

 Propomos a constituição de um fundo nacional com recursos dos royalties e compensação financeira do setor de energia elétrica nacional (pagar a divida do Estado com as famílias atingidas por barragens);

Queremos um programa especial para mulheres na área da formação/ capacitação técnica e política em varias áreas. Ex.: debater a violação dos direitos humanos, produção de hortas, artesanato, etc;

Água para consumo e produção de alimentos saudáveis para famílias atingidas por barragens;

Terra para reassentamento das famílias atingidas por barragens;

Infraestruturas logística para os municípios atingidos por barragens;

INFRAESTRUTURAS LOGISTICA PARA OS MUNICÍPIOS ATINGIDOS POR BARRAGENS;

Energia Elétrica para as vilas, agrovilas, e reassentamentos;

 Equipamentos públicos para famílias atingidas por barragens;

 Reivindicamos 1000 fogões ecológicos paras famílias atingidas por barragens;

 Queremos que o governo federal e estadual solucione problemas relacionados ao abastecimento de água, saneamento básico, moradia e saúde nas cidades ao redor das barragens públicas, como Castanhão, Figueiredo, Aracoiaba.

 

MULHERES, ÁGUA E ENERGIA NÃO SÃO MERCADORIAS!

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