Campanha: Não existe molhado igual ao pranto

Rondônia enfrenta a maior enchente de sua história. Em Porto Velho, cerca de 2600 famílias atingidas pela cheia do Rio Madeira estão em 43 abrigos e em barracas da defesa […]

Rondônia enfrenta a maior enchente de sua história. Em Porto Velho, cerca de 2600 famílias atingidas pela cheia do Rio Madeira estão em 43 abrigos e em barracas da defesa civil nas áreas mais altas dos distritos. São mais de 10 mil pessoas atingidas de 14 distritos. A situação é extremamente crítica e algumas localidades estão completamente encobertas. As enchentes destruíram casas, pertences e plantações. Animais de criação e silvestres morreram ou estão ilhados. Além disso, há restrição de água potável, alimentação e mobilidade e há ameaças à saúde.

A inundação do Rio Madeira piorou após um ilegal e descontrolado aumento dos reservatórios de água das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Tal aumento não condiz com o registro nos Estudos de Impacto Ambiental e mostra o descumprimento aos adendos levantados pelo Ministério Público Federal para evitar o alagamento que se estende de Guajará-Mirim a Calama. Essa situação é ainda mais preocupante porque março ainda é período de intensa chuva na região norte do país.

O Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) não tem dúvidas da força do impacto das duas usinas hidrelétricas construídas no rio Madeira (Jirau e Santo Antônio). Representantes da usina Santo Antônio dizem que “a cheia foi uma surpresa”. Mas, uma das condicionantes para a obra, era que mantivesse um programa de monitoramento climático. Comunidades que em épocas de chuva não eram atingidas pela cheia, hoje estão alagadas. No entanto, a mídia repete que o problema é climático e o setor elétrico virou as costas à população atingida.

O Ministério Público Federal, a OAB e a Defensoria Pública entraram com uma ação civil pública, na semana passada, na Justiça Federal, solicitando a suspensão das atividades nas Usinas Hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio até novo estudo de impacto. Eles exigem que os consórcios sejam obrigados a ajudar as vítimas das enchentes e paguem indenização de mais de 100 milhões por danos morais coletivos.

O Movimento dos Atingidos por Barragens entende que é necessário mobilizar as famílias para reivindicar seus direitos. Estamos visitando os alojamentos da capital e fazendo entrega de doação de cestas de alimentos a abrigos em Porto Velho e outras comunidades. Estamos buscando apoio médico para fazer atendimentos nos abrigos e comunidades e é necessário cadastrar as famílias atingidas.

Em Altamira, no estado do Pará, as populações dos Baixões e que vivem à margem do rio Xingu, são vítimas da negligência do governo e do setor empresarial hidrelétrico.  Atingidas pela cheia do rio e pelas chuvas, as pessoas são obrigadas a sair de suas casas e 200 familias estão sendo obrigados, pelo governo, a se alojarem em estábulos. Essas mesmas famílias estão cadastradas para serem reassentadas pela construção da barragem. Enquanto a construção da barragem não para e é construída em ritmo acelerado, os reassentamentos e as demais condicionantes andam em passos lentíssimos. É por isso que, na semana passada, famílias ocuparam o local de reassentamento Jatobá e entregaram uma carta de reivindicações. Em Altamira também muitas famílias atingidas estão passando por necessidades por causa da enchente, e o MAB também tem prestado apoio com cestas básicas.

Estamos pedindo ajuda para apoiar as populações atingidas na mobilização para reivindicação de seus direitos e a para o auxilio emergencial de distribuição de cestas básicas, roupas, itens de higiene básicos e colchões.

 

Conta corrente: Banco do Brasil – Agencia: 2883-5 Conta Corrente: 18806-9  – ANAB                        

CNPJ : 73.3164571000-83                            

Contato Rondônia: Daniela  – Tel.: (69) 3213-4982

Contato Altamira, Pará:(93) 9223-4531

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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