RS: MAB discute pauta com o governo estadual
Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Igreja de Confissão Luterana no Brasil e Diocese de Santo Ângelo foram recebidos na última segunda feira (13), pelo governador do estado do […]
Publicado 15/01/2014
Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Igreja de Confissão Luterana no Brasil e Diocese de Santo Ângelo foram recebidos na última segunda feira (13), pelo governador do estado do Rio Grande Tarso Genro no Palácio Piratini. O objetivo da reunião foi discutir a criação de um plano que possibilite garantir o desenvolvimento regional e também social sem a construção das barragens de Garabi-Panambi projetadas para o trecho internacional do Rio Uruguai. O MAB apresentou também a necessidade de um plano para desenvolver e amenizar os impactos causados em nas regiões que já foram atingidas por outras barragens no estado.
Para o governador Tarso Genro, o Estado precisa e vai avaliar o desenvolvimento regional pós-obra e os impactos dela na vida das comunidades. “Montaremos um plano de trabalho com algumas condicionalidades a respeito da obra. Nosso governo tem sensibilidade com relação aos impactos para as cidades e para as pessoas e nos interessa, sim, ter energia elétrica de qualidade, mas também nos preocupa e vamos nos empenhar na avaliação daquilo que pode intervir negativamente na vida das pessoas”.
Tarso Genro afirmou que o tema também será discutido em instância nacional e garantiu o envolvimento dos movimentos sociais no acompanhamento da discussão. “Temos a chance de engajar ainda mais o Governo Federal no tema do desenvolvimento das regiões e este é um momento muito oportuno. Criaremos um projeto, faremos um decreto que estruture um programa de trabalho e evidencie as condicionalidades. Os movimentos sociais (MAB e MST) e as igrejas serão nossas parceiras nesta elaboração. Em 30 dias, já devemos ter algo bem desenhado neste sentido”.
De acordo com a militante do MAB Neudicléia de Oliveira, todos os projetos já executados na Bacia do Rio Uruguai geraram conflitos, pelas incertezas de desenvolvimento dos municípios e das pessoas que viviam em torno das obras. “Sugerimos a criação de um plano de desenvolvimento regional, que leve em considerações os impactos das obras e das mudanças que acarretarão no cotidiano das pessoas. Por isso, viemos propor ao Governo do Estado uma parceria neste sentido, pois, pelo que se sabe, historicamente, a construção de uma hidrelétrica gera riquezas no momento em que ela está sendo feita, e, após, pouco se agrega na vida e na renda das pessoas”, afirmou.
Neudicléia enfatiza ainda o desenvolvimento da região Noroeste e Missões do estado sem a construção das obras. Estamos propondo o desenvolvimento da região sem a construção das barragens, o dinheiro que será investido na construção das obras poderia ser utilizado em projetos que beneficiem a população local, conclui a militante.