Pescadores bloqueiam rodovias de acesso à Altamira, no Pará
Cerca de 300 pescadores bloquearam, nesta quarta-feira (30), a rodovia federal Transamazônica, em todos os pontos de acesso e saída do município de Altamira, no Pará. Os manifestantes são atingidos […]
Publicado 30/10/2013
Cerca de 300 pescadores bloquearam, nesta quarta-feira (30), a rodovia federal Transamazônica, em todos os pontos de acesso e saída do município de Altamira, no Pará. Os manifestantes são atingidos pela Usina Hidrelétrica Belo Monte, maior hidrelétrica em construção no país, e cobram, principalmente, o reconhecimento e reparação dos danos causados pela obra.
Organizados nas Colônias de Pescadores de Altamira e Vitória do Xingu, os pescadores reivindicam, há meses, o reconhecimento das suas condições de atingidos por Belo Monte, negados pela Norte Energia, consórcio responsável pela usina.
Além disso, os pescadores exigem a construção de portos de embarque e desembarque de pescados, indenização pelo tempo de impedimento de suas atividades (pesca) e garantia de assistência técnica para todos os removidos de suas áreas.
Desde o início da manhã, três pontos da Transamazônica estão bloqueados em Altamira o trevo que dá acesso à Vitória do Xingu, Castanheira (marco inicial da Transamazônica) e na entrada do município (saída para Marabá).
Os presidentes das Colônias estão reunidos com representantes da Casa do Governo de Altamira e do consórcio Norte Energia desde o início da tarde e garantiram que só encerrarão os bloqueios caso haja avanço nas pautas.
Pela paralisação da rodovia, dezenas de trabalhadores foram impedidas de comparecer ao canteiro de obras de Belo Monte e os pescadores já se preparam para montar acampamento no local, com barracas e alimentação.
No dia 17 de julho, 800 pescadores já haviam bloqueado o acesso a um dos canteiros de obras de Belo Monte, com a mesma lista de reivindicações, que não avançaram desde então.
Para o coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no estado, Iury Paulino, esta é um situação que se repete para todos os atingidos. A empresa está atrasada na reparação dos direitos de todos os atingidos, desde os reassentamentos até as indenizações. Nós não temos pressa que Belo Monte comece a gerar energia e não deixaremos que os atingidos fiquem sem seus direitos, afirmou.