Trabalhadores desbloqueiam Transamazônica, mas continuam acampados
No final da tarde de ontem (22), agricultores encerraram a paralisação da rodovia Transamazônica, bloqueada desde a manhã de segunda-feira, na altura do quilômetro 32, no município de Itaituba, oeste […]
Publicado 23/10/2013
No final da tarde de ontem (22), agricultores encerraram a paralisação da rodovia Transamazônica, bloqueada desde a manhã de segunda-feira, na altura do quilômetro 32, no município de Itaituba, oeste do Pará. A decisão foi tomada após um dia de negociação com o superintendente regional do INCRA, Luis Barcelar. Apesar disso, os trabalhadores continuam acampados.
Durante a negociação, os manifestantes não ficaram contemplados com as propostas de encaminhamento da pauta apresentada pelo INCRA e, por isso, pressionaram o superintendente a permanecer no local. A prioridade da pauta é a demarcação das áreas do Parque Nacional da Amazônia, desafetada pela Medida Provisória 558/2012 do Governo Federal, que alterou o perímetro do parque para viabilizar a construção do Complexo Hidrelétrico Tapajós. Em contrapartida, nenhuma área para reforma agrária foi regulamentada até hoje.
Barcelar atendeu aos anseios do povo e imediatamente refez os contatos com o INCRA nacional para apresentar uma proposta de trabalho para os manifestantes, que o aguardavam na rodovia. Posteriormente, o superintendente expôs um cronograma de trabalho da equipe técnica responsável pela demarcação das áreas do Parque, com início dos trabalhos para quinta-feira (24).
Mesmo com esse avanço, os trabalhadores decidiram manter um acampamento na beira da rodovia à espera da equipe técnica que se deslocará ao local na quinta-feira (24). “Caso isso não aconteça, voltaremos a trancar a rodovia até que nossos direitos sejam atendidos”, afirma Madalena, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itaituba.
Os trabalhadores seguem firme na luta e estão dispostos a permanecerem na Transamazônica até que suas demandas, historicamente negadas, sejam atendidas. Para Frede Renero, da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a principal conquista tem sido o ânimo e disposição do povo em lutar pelos seus direitos. Com o anúncio dos projetos das hidrelétricas no rio Tapajós, precisamos fortalecer ainda mais a resistência do povo nessa região”.