Norte Energia não reconhece carroceiros como atingidos
Para os carroceiros, um dos problemas é que não são uma categoria considerada atingidos pela barragem. Assim não recebem nenhum tipo de politica capaz de atenuar os impactos no seu […]
Publicado 04/10/2013
Para os carroceiros, um dos problemas é que não são uma categoria considerada atingidos pela barragem. Assim não recebem nenhum tipo de politica capaz de atenuar os impactos no seu meio de subsistência
Por Vitoriano Bill, militante do MAB em Altamira e autor do blog Irídio
Os carroceiros altamirenses são uma categoria de trabalhadores com uma contribuição histórica pra nossa cidade, uma vez que são eles que garantem o transporte das mais diversificadas cargas, para todas as classes, sobre tudo as menos favorecidas financeiramente.
Mas infelizmente, desde que Altamira sofreu o brusco inchaço populacional provocado pela hidrelétrica de Belo Monte, e suas avenidas lotaram de veículos, os carroceiros tiveram um impacto imediato na sua atividade profissional. Eles foram impedidos de circular em diversas vias da cidade.
Vilmar, que é carroceiro há 15 anos, disse que hoje não pode mais pegar nenhum frete nas lojas do centro de Altamira, pois é uma região onde são impedidos de circular. Esse fato, automaticamente diminui a renda de cada carroceiro, afetando a qualidade de vida das suas famílias.
Ontem (03/10), a categoria se reunião com o Centro de Referencia de Direitos Humanos, e participação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), como convidado. O objetivo era expor a condição ao qual estão sendo submetidos enquanto trabalhadores. Na reunião havia 25 carroceiros, onde todos afirmaram categoricamente: NOSSA SITUAÇÃO SÓ ESTÁ ASSIM POR CONSEQUENCIA DA BARRAGEM DE BELO MONTE!
Para os carroceiros, um dos problemas é que não são uma categoria considerada atingidos pela barragem. Assim não recebem nenhum tipo de politica capaz de atenuar os impactos no seu meio de subsistência. Outra questão, é a referente a regularização dos pontos de carroça, que não recebeu nenhuma atenção por parte da prefeitura até agora.
Hoje o sindicato conta com mais de cem filiados, todos pais de famílias que dependem dessa atividade pra sobreviver. E não pode simplesmente fechar os olhos e ignorar essa categoria. É papel da Norte Energia reconhece-los como atingidos e apresentar um plano de atendimento a eles. E da Prefeitura regularizar os pontos de trabalho de cada um.