Via Campesina conquista Programa da Agricultura Camponesa no RS
Na manhã desta quinta-feira (18), o governador do estado do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o secretário do Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Ivar Pavam, e o secretário da Agricultura, Pecuária […]
Publicado 18/07/2013
Na manhã desta quinta-feira (18), o governador do estado do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o secretário do Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Ivar Pavam, e o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Mainardi, anunciaram as ações que comporão o Plano Safra Estadual 2013/2014 em ato que ocorreu na cidade de Soledade, no Rio Grande do Sul.
Entre o conjunto de medidas elaboradas com o objetivo de complementar o Plano anunciado pela União, de acordo com as necessidades do estado, está a criação do Programa da Agricultura Camponesa, no qual serão investidos 100 milhões de reais na economia gaúcha exclusivos para produção de alimentos saudáveis, transporte, processamento, produção de insumos, criação de pontos populares de trabalho, centros de distribuição e estrutura logística.
O programa prevê investimentos na agricultura camponesa que vai beneficiar os agricultores que produzem alimentos no campo e os trabalhadores da cidade que irão consumir comida saudável, gradativamente sem agrotóxicos.
Para o agricultor e dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Cedenir Oliveira, a iniciativa dos movimentos sociais, sindicais e do Governo do Estado abriu possibilidades reais para a criação de um programa nacional de agricultura camponesa. “É hora de todos os movimentos do Campo e da cidade se unirem em busca desta conquista nacional”, afirmou.
Em maio de 2013, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) entregou a Presidente Dilma uma proposta de um programa para o desenvolvimento da agricultura camponesa com o título SUSTENTABILIDADE CAMPONESA.
No Rio Grande do Sul, estima-se que o Programa, apelidado carinhosamente de Plano Camponês, envolverá nos próximos dois anos (2013/2014), 15.150 famílias camponesas vinculadas à Via Campesina com possibilidade de ampliação ao longo dos anos (MAB 2.500 famílias; MPA 6.400 famílias; MST 5.500 famílias, MMC 700 famílias, MTD 50 famílias), cerca de 94.000 famílias moradoras nos bairros populares e 61.000 trabalhadores metalúrgicos e da área da alimentação. Os movimentos pretendem também ampliar a participação no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
A coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) na região, Neudicléia Oliveira, destacou que a principal lição do Programa de Agricultura Camponesa foi dada nas ruas, quando os trabalhadores do campo e da cidade se juntaram em luta e pressionaram para sua aprovação. O resultado disso é esta conquista que beneficiará toda a sociedade gaúcha, apontou.
Participam deste programa, além dos movimentos ligados a Via Campesina, a Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e a Federação dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação.