MAB se manifesta sobre a redução no preço da luz

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), ao ouvir o pronunciamento da Presidenta da República, Dilma Rousseff, vem a público manifestar os seguintes pontos: – Apoiamos a medida deste governo […]

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), ao ouvir o pronunciamento da Presidenta da República, Dilma Rousseff, vem a público manifestar os seguintes pontos:

– Apoiamos a medida deste governo para baixar o preço da luz para as famílias brasileiras;

– A luta pela diminuição da tarifa é histórica no movimento popular e sindical, como mostra a construção recente das campanhas “O preço da luz e um roubo” e pela renovação das concessões do setor elétrico brasileiro.

– Denunciamos os governos estaduais do PSDB de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que se colocaram contra a diminuição das tarifas, ao não renovarem as concessões da CESP, CEMIG e Copel. Se estes governos tivessem aderido às medidas, a tarifa poderia sido ainda mais reduzida.

– Denunciamos também a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e outros setores empresariais que foram contra a renovação das concessões e que historicamente defenderam as privatizações. Esses setores atrasados do nosso país foram derrotados junto com os políticos Alckmin, Aécio Neves e Beto Richa, representantes da privataria que, certamente, continuarão se articulando para impedir medidas que possam beneficiar o povo.

– Lembramos que a redução do preço da luz se deu por uma decisão política e pela pressão popular e não pelo falso discurso das leis do mercado e da “concorrência”. Na verdade, as leis do mercado são as principais responsáveis por pagarmos as mais altas tarifas de luz, telefone, da água e do gás nas últimas décadas.

Conclamamos todas as famílias brasileiras a continuar na luta para baixar ainda mais o preço da luz. Isso é possível pois, até agora, a diminuição da tarifa ficou apenas para a geração, onde predominam empresas estatais federais. Nada foi feito para atingir os altos lucros das empresas privadas que dominam o setor da distribuição.

Com a renovação, as estatais irão vender a energia a um centavo ao kwh, enquanto que empresas privadas estão vendendo a mesma energia por 15 centavos e a população esta pagando, ao final, mais de 60 centavos por kwh de energia.

Defendemos que é fundamental o respeito e valorização das empresas estatais CHESF, FURNAS, Eletronorte, Eletrosul e Eletrobrás, que são as responsáveis por oferecer energia barata, fruto do enorme esforço dos trabalhadores deste setor.  Parabenizamos os trabalhadores das empresas estatais que com seu trabalho e suor foram os que construíram o setor energético nacional e que hoje possibilita baixar o preço da energia. Exigimos que as empresas estatais não sejam privatizadas e destruídas e que os trabalhadores não sejam demitidos nem tenham pioras no salário e nas condições de trabalho, conquistados historicamente.

Finalmente, exigimos que se construa no Brasil uma justa política que garanta os direitos dos atingidos pelas barragens, recuperando as condições de vida e de trabalho daqueles que tiveram ou que correm o risco de ter que sair da sua terra para a construção das hidrelétricas.

Água e Energia com soberania, distribuição da riqueza e controle popular.

 

Coordenação Nacional

Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB – Brasil)

São Paulo, 24 de janeiro de 2013