Após paralisação, eletricitários permanecem mobilizados

Após paralisação de 72 horas na semana passada, os eletricitários do sistema Eletrobras permanecem mobilizados. Amanhã (11 de julho), a holding deverá apresentar sua proposta aos trabalhadores. Se a proposta […]

Após paralisação de 72 horas na semana passada, os eletricitários do sistema Eletrobras permanecem mobilizados. Amanhã (11 de julho), a holding deverá apresentar sua proposta aos trabalhadores. Se a proposta não for satisfatória, os eletricitários deverão cruzar os braços por tempo indeterminado na semana que vem.

Entre os pontos de pauta da categoria estão melhoria salarial, com reajuste de 10%, o fim das terceirizações de trabalhadores, melhoria nas condições de trabalho e a renovação das concessões do setor elétrico.

Os trabalhadores também criticam o modelo de gestão da Eletrobras. “Lamentamos que mesmo diante do desastre da política neoliberal dos anos 90, que levou o Brasil ao apagão, estes gestores [da Eletrobras] insistam em considerar o modelo privado como solução. Para o Comando Nacional dos Eletricitários, é dever de o Estado cuidar da energia, pois ela não é uma simples mercadoria, mas um bem essencial para todo ser humano”, diz trecho da nota divulgada pela Federação Nacional dos Urbanitários (FNU).

Leia a nota da FNU na íntegra:

SE A ELETROBRAS NÃO APRESENTAR PROPOSTA DIGNA NA PRÓXIMA RODADA DE NEGOCIAÇÃO, O CAMINHO É A GREVE POR TEMPO INDETERMINADO

Os trabalhadores e as trabalhadoras do Sistema Eletrobras mostraram nesta paralisação de 72 horas toda a sua disposição de luta e mobilização para conquistar um acordo digno, capaz de fazer justiça com uma categoria estratégica para o país, mas que vem sendo ignorada pelo governo e pela direção do Sistema Eletrobras através de uma contraproposta rebaixada, muito aquém do realmente que merecemos.

Foram três dias de muita unidade em todo país, em todas as empresas a resposta da categoria foi positiva ao chamamento dos sindicatos. A conjuntura mostrou que o Sistema Eletrobras trabalha no sentido de punir e ameaçar os (as) trabalhadores (as) através do poder judiciário e não de buscar uma proposta melhor nos órgãos governamentais.

Dessa forma, somente através da luta será possível conquistar outro patamar de acordo, portanto, caso não aconteçam os avanços esperados na rodada de negociação no do dia 11 de julho, em Brasília, devemos nos preparar para fortalecer ainda mais nossa mobilização a partir do dia 16 com a realização de greve por tempo indeterminado.

O Comando Nacional dos Eletricitários (CNE) desde o inicio da campanha, ainda em seu planejamento, previa que este acordo seria difícil, até mesmo pelas características da direção da Holding: Pouca interlocução com as esferas governamentais, submissão ao Dest, ao Ministério do Planejamento e Minas e Energia, compromisso em proteger os apadrinhados políticos nas empresas e a pouca habilidade de negociação com os (as) trabalhadores (as).

Os dirigentes “prata da casa” tem que entender que os “importados” (que são de fora do Sistema Eletrobras) estão de passagem para um dia ir embora, diferente destes dos dirigentes que são funcionários da Holding. Portanto, seria importante todos darem as mãos em busca de salvar a Eletrobras, através do seu maior patrimônio, que são seus trabalhadores. Nós ajudamos a construir as empresas, por isso os chamados “pratas da casa” tem que entender que não será ameaçando e agredindo os dirigentes sindicais que vão conseguir se manter nos cargos.

A nossa mobilização vem despertando a solidariedade de várias entidades do movimento social, como a Consulta Popular (veja abaixo a nota da entidade), que entende que essa luta dos (as) trabalhadores (as) na verdade significa a defesa da nossa soberania, de uma Eletrobras forte, capaz de garantir aos (as) brasileiros (as) as bases necessárias para um desenvolvimento econômico e social.

Sabemos que a direção da Holding busca uma gestão privada dentro de uma empresa pública, o próprio presidente é oriundo do setor privado e jamais negou que sua meta é transformar o perfil do Sistema Eletrobras. Lamentamos que mesmo diante do desastre da política neoliberal dos anos 90, que levou o Brasil ao apagão, estes gestores insistam em considerar o modelo privado como solução. Para o CNE é dever de o Estado cuidar da energia, pois ela não é uma simples mercadoria, mas um bem essencial para todo ser humano.

Convocamos cada companheiro e companheira a ficar mobilizado, pois se no dia 11 de julho não for uma apresentada uma proposta digna, o caminho será a paralisação por tempo indeterminado a partir do dia 16 de julho. Vamos ficar atentos aos informes do CNE neste dia 11. Nossa luta é por um Sistema Eletrobras dirigido por gestores competentes, sérios e democráticos.

 

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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