Movimentos conquistam auxílio para combater seca no sul

Na tarde de ontem (25), os movimentos sociais e entidades do campo tiveram uma reunião com o ministro Pepe Vargas, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para discutir medidas para amenizar os efeitos na seca na região sul. Foram acordadas duas medidas.

A primeira medida é um crédito emergencial de R$ 10 mil, com bônus de adimplência de 20% e juros subsidiados de 1% ao ano, com carência de três anos e dez anos para pagamento.

Outa medida anunciada é a disponibilização do auxílio emergencial de R$ 400, a “bolsa-estiagem”, pago em cinco parcelas de R$ 80. O mesmo benefício já existia para os agricultores da região nordeste. Para acessá-lo, é necessário que o agricultor possua a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), esteja inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) e possua renda de até dois salários mínimos.

Para os movimentos da Via Campesina, as medidas são importantes, mas o central ainda é a questão do endividamento dos camponeses, cujas negociações não avançam desde o ano passado. Somente no Rio Grande do Sul, 70% dos camponeses estão endividados, somando uma dívida total de R$ 5 bilhões. Além disso, os pequenos produtores enfrentam problemas operacionais com o sistema bancário para acessarem os créditos. Para discutir esse problema, foi agendada uma nova reunião para o dia 5 de julho. Os movimentos prometem retomar as mobilizações nos três estados do sul caso as negociações não avancem.

Além da Via Campesina, também participaram da reunião representantes da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federal dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag RS), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar na Região Sul (Fetraf Sul) e da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes).