Mulheres protestam contra mudanças no Código Florestal
As mulheres da Via Campesina promovem a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, desde o final da semana passada, com ações realizadas em 10 estados por todo Brasil, para […]
Publicado 06/03/2012
As mulheres da Via Campesina promovem a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, desde o final da semana passada, com ações realizadas em 10 estados por todo Brasil, para cobrar da presidenta Dilma Rousseff a realização da Reforma Agrária, um novo modelo agrícola baseado em pequenas propriedades e o veto das mudanças no Código Florestal.
Nesta terça-feira, aconteceram protestos no Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Pará. Já foram realizadas manifestações também em São Paulo, Bahia, Goiás, Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará. Até o final desta semana, serão realizadas ações em todo o país.
A nossa mobilização tem o sentido de exigir um veto da presidente Dilma em relação às alterações do Código Florestal, além de denunciar os impactos nocivos dos agrotóxicos para a saúde das trabalhadores rurais, das comunidades do campo e para a saúde dos consumidores de alimentos nas cidades, afirma Kelli Mafort, do setor de gênero do MST.
Nesta quarta (7/3), organizações ambientalistas e movimentos camponeses, organizados pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, farão um protesto pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contra a alteração do Código Florestal.
A concentração será na Catedral de Brasília, às 8h. Durante a passeata, às 11h, os manifestantes farão a montagem do banner vivo VETADILMA!. As entidades cobram da presidente Dilma Rousseff o veto da proposta, caso for aprovada pelo Congresso Nacional.
Ações nos estados
Nesta terça-feira, no Rio Grande do Sul, 600 mulheres ocupam o prédio da secretaria do Ministério da Fazenda, em Porto Alegre, e liberarem o pedágio do município de Guaíba.
Em Curitiba, 1.000 trabalhadoras Sem Terra ocupam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para cobrar agilidade na desapropriação das áreas para as 6 mil famílias acampadas no estado.
Em Marabá, no Pará, 600 trabalhadoras rurais ocuparam a superintendência do Incra e do Ibama, para cobrar projetos de Reforma Agrária às famílias acampadas e políticas públicas para os assentamentos da região.
Desde segunda-feira, 500 agricultoras mantêm ocupada a Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO) para exigir a manutenção da Embrapa 100% pública e a retirada do Projeto de Lei 222/08 (Embrapa S/A), que propõe transformar a Embrapa em empresa de economia mista com ações negociadas na bolsa.
No município de Petrolândia, em Pernambuco, 600 famílias ocupam desde domingo (4/3) um reservatório da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), para denunciar que as 600 famílias assentadas sofrem com a seca mesmo vivendo rodeadas de água.
No município de Alcobaça, no Sul da Bahia, mais de 1.100 mulheres camponesas ocuparam a fazenda Esperança, de propriedade da empresa paulista Suzano Papel Celulose, na quinta-feira (1/3), para cobrar do Incra agilidade nos processos de desapropriação dos latifúndios das grandes áreas do monocultivo de eucalipto.
Diversas rodovias em diferentes partes do país também foram fechadas, como a BR 304, em Mossoró, e a BR 406, em Ceará-Mirim (ambas no Rio Grande do Norte).
Na região de Promissão (SP), cerca de 200 mulheres fecharam por algumas horas a BR-153 (também conhecida como Rodovia Transbrasiliana), na sexta-feira (2/3). Em São Paulo, foram ocupadas as superintendências do Incra, em Águas de Santa Bárbara, e do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), em Teodoro Sampaio, na região do Pontal do Paranapanema.
Reivindicações
As pautas que englobam as ações realizadas pelas mulheres camponesas são a luta contra o modelo do agronegócio e suas arestas, como os transgênicos e os agrotóxicos, contra a violência do capital e do patriarcado, contra o novo Código Florestal em trâmite na Câmara dos Deputados e contra a chamada Economia Verde a ser discutida na Rio+20.