Turbinas de UHE Santo Antônio apresentam falhas
Após deixar um rastro de violação de direitos humanos e degradação ambiental na Amazônia, a usina de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, apresenta problemas nas primeiras turbinas que […]
Publicado 24/01/2012
Após deixar um rastro de violação de direitos humanos e degradação ambiental na Amazônia, a usina de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, apresenta problemas nas primeiras turbinas que entrariam em operação. A informação é de Josette Goulart e foi publicada nesta terça-feira (24) no jornal Valor Econômico.
De acordo com a reportagem, o problema ocorreu por uma falha em uma peça de fixação do mancal, que circunda o eixo da turbina. A usina custou R$ 13 bilhões e, segundo cronograma aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica, já deveria ter neste momento duas turbinas em operação com capacidade de gerar 150 megawatts (MW). Mas a geração de energia foi adiada por mais de um mês.
Enquanto isso, a população atingida sente os efeitos de mais de três anos de construção da obra. Em Jaci Paraná, distrito de Porto Velho atingido pela obra, os moradores vêm sofrendo com alagamentos causados pelo desmatamento provocado pela usina.
Além disso, um estudo feito no ano passado pelo próprio consórcio construtor da usina mostra que as condições de vida dos atingidos pioraram após a obra: 74% da população constatou que a situação em relação ao trabalho e renda piorou. Com relação à pesca, principal atividade econômica, o mesmo levantamento constatou que para 88% dos atingidos, a situação piorou.
A realidade das famílias atingidas se reflete na cidade de Porto Velho, com o aumento da violência. O relatório divulgado pela Plataforma Dhesca mostrou várias consequências, entre elas que entre 2008 e 2010, o número de homicídios dolosos cresceu 44% e a quantidade de crianças e adolescentes vítimas de abuso ou exploração sexual subiu 18%. Entre 2007 e 2010, o número de estupros cresceu 208%.
A Santo Antônio Energia, sociedade responsável pela usina, é formada pelas empresas Odebrecht, Cemig, Andrade Gutierez,FI FGTS e Furnas. O consórcio construtor é liderado pela Odebrecht.