Movimentos discutem impactos de projetos de mineração
Os movimentos sociais e sindicais de Minas Gerais participaram de uma audiência pública na última sexta-feira (2) para debater os impactos da mineração no norte do estado. A atividade aconteceu […]
Publicado 05/12/2011
Os movimentos sociais e sindicais de Minas Gerais participaram de uma audiência pública na última sexta-feira (2) para debater os impactos da mineração no norte do estado. A atividade aconteceu na Camâra Municipal de Taiobeiras e foi proposta pelo deputado estadual Rogério Corrêa. Essa audiência foi solicitada pelos movimentos sociais da região, para escutarmos suas denúncias. É de extrema importância pois na maioria das vezes os atingidos não tem voz diante dos grandes empreendimentos, afirmou.
As empresas que estão chegando à região já possuem um histórico de degradação do meio ambiente e violação dos direitos humanos, com denúncias até mesmo de grilagem de terras. A Vale está sendo investigada por ter pago a quantia de R$ 41 milhões a supostos integrantes de uma quadrilha que fraudava títulos de terras públicas. Além disso, essa empresa é a maior devedora de royalties do Brasil, devendo ao povo brasileiro R$ 4,5 bilhões. Como uma empresa dessas pode se dizer sustentável? questiona Alexandre Gonçalves, da Comissão Pastoral da Terra.
Segundo Elane Rodrigues, coordenadora estadual do MAB, as famílias não estão tendo acesso à informação e participação nas decisões. O direito à informação é básico e muitas famílias foram induzidas a assinar documentos para a empresa SAM, ligada à Votorantim, sem ter acesso à informação. Além disso, não se sabe a quantidade de famílias atingidas. Só pelo mineroduto, serão 22 municípios atingidos e não existe sequer um plano de reassentamento para as famílias.
O que está em questão no norte de Minas são dois projetos de desenvolvimento: um que prioriza as grandes empresas, a serviço do lucro e do grande capital deixando apenas os prejuízos para as populações, e outro que prioriza a população brasileira, promovendo o desenvolvimento local e a agricultura familiar, em que os bens naturais não são mercadorias, são para soberania dos povos conclui Moisés Borges, coordenador nacional do MAB.
A audiência contou com a participação de cerca de 500 pessoas de quase 20 municípios da região. Estiveram presentes a Via Campesina, a Fetaemg, a Mastro e os prefeitos de Taiobeiras e Rio Pardo de Minas, entre outras autoridades.