Acampados negociam com governo do Rio Grande do Sul
Um grupo de representantes do MAB e do MST teve na manhã de ontem (28) uma reunião com o governo do Rio Grande do Sul para tratar do assentamento das […]
Publicado 29/09/2011
Um grupo de representantes do MAB e do MST teve na manhã de ontem (28) uma reunião com o governo do Rio Grande do Sul para tratar do assentamento das famílias que se encontram acampadas no Estado. O diálogo foi aberto a partir da ocupação de três áreas, em Vacaria, Viamão e Sananduva.
O MAB participa da ocupação em Vacaria. Trata-se de uma área de 370 hectares da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), da qual apenas dois hectares estão sendo utilizados para pesquisa de fato. Para o local, os movimentos apresentaram uma pauta construída com a prefeitura de Vacaria e com apoio da Igreja.
As famílias acampadas reivindicam que a área seja transformada em um centro de pesquisa voltado para a realidade da região, com o assentamento das famílias no local. Além disso, há a demanda pela construção de uma escola técnica e pela reativação das agroindústrias no local.
Os movimentos decidiram que continuarão as ocupações até que o governo apresente uma solução concreta. Em abril, o governo do estado, depois de um acordo com o governo federal, se comprometeu a assentar as famílias acampadas. Foi assinado um “Termo de Compromisso” com os camponeses, mas nenhum assentamento foi realizado desde então.
Segundo Indianara Reis, da coordenação do MAB, hoje existem em torno de 2 mil famílias sem terra cadastradas no INCRA do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Estas famílias foram expulsas pela construção das barragens na bacia do rio Uruguai. Aqui no nosso estado temos em torno 660 famílias do MAB cadastradas esperando pela terra, diz.
Pessoas e entidades já realizam visitas ao acampamento prestando solidariedade aos movimentos e suas pautas de reivindicações. O secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Vacaria, Vanderlei Koefender, diz que o poder público entende os motivos da ocupação e esta disposta a contribuir com as negociações.
A gente entende que os movimentos sociais buscam aquilo que é de seu interesse e temos conhecimento de que o MAB e o MST são movimentos que estão na luta pela terra há muito tempo e que a maneira de chamar a atenção da sociedade para discutir suas pautas e os problemas é dessa forma. Por isso viemos até aqui para dialogar e participar desse processo, uma vez que envolve a agricultura, que é nossa frente de atuação no município. Sabemos que a questão que os movimentos colocam em relação à pesquisa é ‘pesquisa pra quem e para que’. Hoje esse é o grande questionamento que o pessoal tem nos colocado, por isso que achamos importante discutir esses pontos para ver qual rumo vai ser tomado, afirmou o secretário.