Professores mantém greve em Minas Gerais
Cerca de 10 mil trabalhadores e trabalhadoras da educação da rede estadual de Minas Gerais decidiram, em Assembleia Estadual ocorrida na tarde de ontem (31/8), manter a greve por tempo […]
Publicado 01/09/2011
Cerca de 10 mil trabalhadores e trabalhadoras da educação da rede estadual de Minas Gerais decidiram, em Assembleia Estadual ocorrida na tarde de ontem (31/8), manter a greve por tempo indeterminado. O movimento teve início dia 08 de junho e a categoria reivindica o imediato cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional regulamentado pela Lei Federal 11.738. Após a Assembleia Estadual, os manifestantes seguiram em passeata até a Praça da Liberdade.
Na manhã de ontem aconteceu a reunião com o Ministério Público Estadual, Governo e Sind-UTE/MG. Na oportunidade, o Governo apresentou proposta de um valor de Piso de R$712, a partir de janeiro de 2012, desconsiderando o tempo de carreira e o grau de escolaridade. A direção estadual do Sind-UTE/MG explica porque não atende. A proposta nada mais é que o achatamento da carreira, não está aplicada a tabela de vencimento básico vigente e ela contemplaria apenas o professor, excluiria outros categorias de educadores. O Governo não apresentou proposta para os cargos de suporte à docência e, por isso também não cumpre a Lei .
A direção do Sind-UTE/MG conclama a categoria a continuar mobilizada para fortalecer o movimento, que avalia ser justo, pois trata-se de um cumprimento à Lei Federal. Os trabalhadores vão se organizar e realizar vários atos e manifestações dialogando com a sociedade, divulgando panfletos, além de manter a articulação com movimentos sociais e entidades sindicais, com objetivo de fortalecer a greve.
Os atingidos por barragens organizados no MAB e diversos movimentos populares e sociais também estiveram presente na mobilização de ontem, assim como na mobilização realizada no último dia 24. Soniamara Maranho, da coordenação do MAB, disse que a greve dos professores está cada vez mais fortalecida, e está se construindo um processo de unidade entre os trabalhadores do campo e da cidade. É necessário que neste momento demos força aos trabalhadores da educação. São 387 mil trabalhadores vivendo em condições precárias e o governo os trata com indiferença. A vitória desta categoria será fundamental para a conquista dos demais trabalhadores estaduais, afirmou.
A nova ação dos professores e organizações sociais no estado é a realização do Grito dos excluídos nos municípios e regiões, no próximo dia 7 de setembro. Com o Grito, a idéia é fortalecer o movimento grevista. A Nova Assembleia Estadual está marcada para o dia 8 de setembro, em Belo Horizonte.
Solidariedade de Leonardo Boff
O teólogo e escritor, Leonardo Boff, escreveu uma carta de solidariedade aos professores mineiros em greve há 86 dias. Ele diz se solidarizar com todos eles e apoiar as reivindicações que estão formulando.
Segundo a carta, ele está estarrecido face à insensibilidade do Governador Anastasia frente a uma greve dos professores e professoras por tanto tempo. Ele precisa ser inimigo de sua própria humanidade para fazer isso. Ele não ama as crianças, não respeita seus pais, despreza uma classe de trabalhadores e trabalhadoras das mais dignas da sociedade, aquelas pessoas a quem nós confiamos nossos filhos e filhas para que recebam educação e aprendam a respeitar os outros e a acatar as autoridades que foram eleitas para cuidar dos cidadãos, afirma.
Ele ainda declara que essa intolerância do governador mostra falta de coração e de compaixão no sentido mais nobre desta virtude que é sentir a necessidade do outro, colocar-se ao seu lado para aliviar seu padecimento e resgatar a justiça mínima de um salário necessário para a vida.
Com informações do Sindutemg