Manifestantes denunciam empresas da mineração em MG

Após dois dias de debate, no último sábado (27/08) encerrou-se o seminário Mineração no Alto Rio Pardo: desenvolvimento para quê e para quem?, realizado no município de Salinas, norte de Minas Gerais.

Uma marcha pela cidade e um ato público marcaram o encerramento do seminário, que contou com a participação de lideranças sindicais, comunitárias, movimento estudantil, Assembléia Popular e organizações da Via Campesina.

Com a marcha, os manifestantes denunciaram que as empresas da mineração estão degradando a natureza e explorando os trabalhadores. “A água consumida pela empresa Sul Americana de Metais (SAM) no processo de exploração daria para abastecer a população de Salinas 12 vezes, quase a mesma quantidade que hoje consome Montes Claros com quase 400 mil habitantes”, afirmou Bruno Diogo, militante da Via Campesina.

Os manifestantes aproveitaram para conversar com os camponeses da região, que aos sábados vendem seus produtos no mercado do município. Segunda Francisca Maria Souza, coordenadora regional do MAB, o desenvolvimento não chegará à região: “Temos que defender nossas terras e nossas águas, essas empresas vão retirar nossos minério, nossas riquezas e mandar tudo para fora, para China e Europa, nada vai ficar a não ser os buracos”, conclama.   

A marcha denunciou ainda que a SAM vem agindo de má fé ao informar um endereço aos atingidos que não existe: “É um absurdo que um atingido, ao recorrer às empresas em busca de informações, encontre um terreno baldio. Isso demonstra que a violação dos direitos humanos dos atingidos pela mineração não difere dos atingidos por barragens, essas empresas pressionam e induzem os atingidos a assinarem documentos, invadem as terras para pesquisas e violam o direito a informação e participação das famílias”, afirmou Moisés Borges, coordenador estadual do MAB.