Seminário discute problemas da mineração no norte de Minas
Iniciou nesta manhã (25), o Seminário Mineração no Alto Rio Pardo, que está sendo realizado no município de Salinas, no norte de Minas Gerais. O evento, que faz parte da […]
Publicado 25/08/2011
Iniciou nesta manhã (25), o Seminário Mineração no Alto Rio Pardo, que está sendo realizado no município de Salinas, no norte de Minas Gerais. O evento, que faz parte da Jornada Nacional de Lutas, é organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em parceria com o Movimento da Articulação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, o Colegiado do Território da Cidadania Alto Rio Pardo e as comunidades atingidas pela mineração.
Durante o seminário, serão debatidos os impactos gerados pelas obras de mineração, a violação dos direitos dos atingidos pela mineração e quem lucra com a riqueza explorada na região.
Nos últimos anos as empresas de mineração tem avançado muito no norte de Minas, porém as populações atingidas não estão tendo informações das obras e não estão tendo seus direitos respeitados. Para os coordenadores do MAB essas pessoas deveriam ser as primeiras a serem informadas dos impactos e seus direitos, mas acontece o contrário: não têm acesso à informação, assim como ocorre com atingidos por barragens.
Os organizadores do evento denunciam que o beneficiamento do minério é extremamente contaminante. Em Paracatu, por exemplo, foi constatado que a população está contaminada com o mercúrio usado na mineração de ouro. Em Três Marias, a Votorantim contaminou o Rio São Francisco com metais pesados, rejeitos tóxicos lançados pelo processamento de zinco. A população de Congonhas sofre diversos problemas com a poluição atmosférica causado pela CSN e VALE.
Além disso, a mineração traz muitos problemas com a água: o processo de beneficiamento e os minerodutos consomem grande quantidade de água e as empresas da região pretendem captar 974,4 litros por segundo de Irapé, 24hs por dia. São 30,7 milhões de caixa d´água de mil litros, segundo as lideranças do MAB.
A água utilizada por uma única empresa é quase a mesma quantidade de consumo que o município de Montes Claros, com quase 400 mil habitantes, disse Moisés de Oliveira. Esses e outros tantos problemas causados pela construção da barragem serão discutidos neste seminário, que segue até sábado (27), na cidade de Salinas (MG).