Via Campesina se reúne com governo federal no Palácio do Planalto
Após ocupar o Ministério da Fazenda, os movimentos da Via Campesina conseguiram agendar uma reunião de negociações com o governo federal. Tendo como pontos principais a questão do corte de […]
Publicado 24/08/2011
Após ocupar o Ministério da Fazenda, os movimentos da Via Campesina conseguiram agendar uma reunião de negociações com o governo federal. Tendo como pontos principais a questão do corte de recursos para a reforma agrária e a dívida dos pequenos agricultores, a reunião foi marcada para as 17h no Palácio do Planalto.
Participaram da reunião os ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt e o representante da Secretaria do Tesouro Nacional, Arno Hugo Augustin Filho.
Na reunião, foi encaminhado que o governo terá até 48 horas para responder às reivindicações da Via. Durante esse prazo, serão realizadas reuniões de trabalho com representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Incra.
Durante esse período, os movimentos continuarão mobilizados no acampamento nacional, iniciado nesta segunda-feira (22), no estádio Nilson Nelson, em Brasília. A expectativa é obter propostas concretas do governo. “É inadmissível que se construa tantas hidrelétricas deixando para trás tanta dívida social”, afirmou Gilberto Cervinski, da Coordenação Nacional do MAB.
Reivindicações
Os movimentos pedem a liberação de orçamento para assentar milhares de famílias em todo o país. A previsão de corte do orçamento para a reforma agrária é de R$ 65 milhões.
De acordo com a Via Campesina, as famílias aguardando terra no Brasil chegam a 60 mil. “De atingidos por barragens existem 12 mil famílias que aguardam o reassentamento”, afirma Gilberto Cervinski, da Coordenação Nacional do MAB.
Outra reivindicação é a renegociação da dívida dos agricultores familiares, estimada em cerca de R$ 30 bilhões. Os movimentos pedem a anistia da dívida de até R$ 12 mil por família.
Além desses pontos, a pauta inclui o cancelamento da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, a conservação do Código Florestal, a proibição do uso de agrotóxicos, a reserva de 10% do PIB para a educação e a tomada de medidas populares na área de energia, como redução das tarifas.