Trabalhadores montam acampamento nacional em Brasília a partir da próxima semana
Brasília recebe milhares de camponeses e trabalhadores urbanos em um grande acampamento, a partir desta segunda-feira (22/08), nos arredores do Ginásio Nilson Nelson. Os trabalhadores integram organizações da Via Campesina […]
Publicado 18/08/2011
Brasília recebe milhares de camponeses e trabalhadores urbanos em um grande acampamento, a partir desta segunda-feira (22/08), nos arredores do Ginásio Nilson Nelson. Os trabalhadores integram organizações da Via Campesina e Assembléia Popular (AP).
O acampamento será parte da Jornada Nacional de Lutas que acontece em todo o Brasil a partir do dia 22 de agosto. Além do acampamento, atos políticos e culturais devem acontecer em Brasília e nos Estados onde a Via Campesina e a AP estão organizados.
Entre os temas a serem debatidos no acampamento estão a urgência na reforma agrária, a busca de solução para o endividamento dos agricultores, a defesa do código florestal, medidas populares na área de energia e o debate sobre o projeto popular para o Brasil.
Especialistas afirmam que o Brasil possui cerca de quatro milhões de famílias de trabalhadores sem terra que são potenciais beneficiárias de políticas de reforma agrária. Os latifúndios, com mais de mil hectares, somam menos de 1% das propriedades e controlam 44,42% das terras, afirma José Batista de Oliveira do MST.
A renegociação das dívidas dos pequenos agricultores e agricultoras também é pauta de reivindicação. Em todo o Brasil, o valor em dívidas vencidas chega a R$ 30 bilhões, de acordo com o Ministério da Fazenda. A situação é preocupante, pois a agricultura familiar é responsável pelo abastecimento interno de alimentos – responde por 70% dos alimentos da mesa do brasileiro.
Outra reivindicação do acampamento é a revisão das políticas de tarifas de energia elétrica e de gás de cozinha e a implementação de uma política de estimulo a medidas populares de produção e economia de energia.
Queremos que a população receba gás de cozinha abaixo de R$ 20,00 por botijão. Antes da privatização estava a R$ 4,00 e agora está em média a R$45,00 por botijão. Além disso, queremos a instalação de um milhão de aquecedores solares de água, experiência comprovada que permite reduzir em 25% o consumo de energia de uma residência sem agredir o meio ambiente. Por fim exigimos o fim dos aumentos nas tarifas de energia elétrica, declarou Gilberto Cervinski, da coordenação nacional do MAB.