MAB inicia processo organizativo dos atingidos na região do Pontal do Paranapanema em SP
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizou visitas e reuniões nos municípios de Rosana e Teodoro Sampaio, na região do Pontal do Paranapanema (SP), na última semana. O objetivo […]
Publicado 12/07/2011
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizou visitas e reuniões nos municípios de Rosana e Teodoro Sampaio, na região do Pontal do Paranapanema (SP), na última semana. O objetivo é abrir um diálogo com as comunidades impactadas pela barragem de Sérgio Motta, também chamada de Porto Primavera.
Na estimativa do Movimento, há por volta de 300 famílias atingidas pelo empreendimento, construído pela Companhia Energética de São Paulo (CESP), a maioria sem acesso à indenização justa. Os pescadores movem ações de reparo de perda dos peixes há muitos anos e ainda são acusados de poluírem o rio, acabarem com os peixes e provocarem erosão e assoreamento – todos problemas que, na verdade, foram provocados pela obra.
Os atingidos denunciam a morte de ao menos cinco toneladas de peixes devido ao veneno utilizado pela CESP para conter algas que apareceram na água da barragem entre os anos de 2005 e 2006.
Além disso, as comunidades não são avisadas da abertura das comportas e do enchimento do lago e sofrem todos os anos com enchentes.
O lago da barragem de Porto Primavera tem sete vezes o tamanho da baía de Guanabara e 25 mil hectares a mais que o lago de Itaipu, mas gera sete vezes menos energia que esta usina. Por isso, Porto Primavera é considerada a terceira mais ineficiente usina hidrelétrica do mundo, posicionando-se somente apenas da usina de Balbina, no Pará, e de uma usina do Egito. Trata-se do mais extenso lago artificial do Brasil, atingindo 10.186,20 metros de comprimento.