MAB desenvolve tecnologia de aquecimento de água com placas solares
O chuveiro elétrico é o aparelho que mais consome energia elétrica nas residências, e tem impacto relevante na conta de energia das famílias. Com consciência desse impacto e para apresentar […]
Publicado 31/05/2011
O chuveiro elétrico é o aparelho que mais consome energia elétrica nas residências, e tem impacto relevante na conta de energia das famílias. Com consciência desse impacto e para apresentar alternativas ao modelo energético brasileiro, o MAB está desenvolvendo projetos de uso de placas solares para aquecimento da água nos três estados do sul, em São Paulo e em Minas Gerais.
O pico de consumo de energia elétrica no país se dá entre as 18h e 19h, quando o chuveiro se encontra ligado em 50% das residências. Estima-se que hoje o uso de chuveiro elétrico e aquecedores representam cerca de 5% do consumo brasileiro de energia elétrica, um impacto significativo no sistema como um todo.
Para suprir o consumo de energia no Brasil, a opção principal é pela construção de usinas hidrelétricas, que causam impactos dramáticos sobre a biodiversidade e as populações atingidas. Outras fontes de energia utilizadas, como as termoelétricas a carvão mineral e gás, assim como as hidrelétricas, aumentam a emissão de gás carbônico para a atmosfera, contribuindo com as mudanças climáticas.
A energia solar é superior a qualquer outra forma de geração de energia convencional por tratar-se de uma fonte totalmente natural e limpa. Por isso, o MAB investe nessa tecnologia, que preserva os recursos naturais e contribui para diminuir o impacto sobre o aquecimento global.
Além disso, a utilização de placas solares contribui para a autonomia da população atingida na geração e utilização de energia, através da tecnologia de Aquecimento Solar de Baixo Custo (ASBC), cuja técnica de construção pode ser apropriada pelas famílias trabalhadoras e camponesas. Assim, a proposta se contrapõe ao monopólio da geração, transmissão e distribuição de energia, que no Brasil são concentradas por grandes empresas.
Esta tecnologia está sendo desenvolvida desde janeiro de 1999, pela Sociedade do Sol (SoSol), sediada no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas da Universidade de São Paulo. Pudemos conhecer, aprofundar o debate no MAB, fazer algumas experiências e agora estamos implementando nas casas dos reassentados, disse Verilson Gheno, militante do MAB no Paraná.
Em algumas regiões, o MAB também está realizando testes com placas solares comerciais para efeito de comparação com a tecnologia do ASBC.
A idéia é tornar esses sistemas de aquecimento de água conhecido pela população e massificar a sua implementação, já que o sistema reduz o consumo de energia elétrica e consequentemente diminui o valor da conta de energia elétrica dos consumidores.
Outro objetivo da construção das placas solares é contribuir para fortalecer a organização do MAB nas regiões, pois sua implementação é feita através dos grupos de base do Movimento.
Economia na conta
O Movimento vem desenvolvendo esses projetos no sul do país e em alguns estados do sudeste, onde as baixas temperaturas impõem uma maior necessidade de água aquecida nas residências.
Uma experiência feita na casa de uma família no município paranaense de Dois Vizinhos mostrou que a utilização desse sistema resultou em uma economia de 88,5 kWh em um mês. Isso representou uma economia de R$ 11,15, considerando que a família vive na zona rural (tarifa energética de R$ 0,18 por kWh, com subsídio). Se a família morasse na cidade (R$ 0,44 o kWh), a economia chegaria a R$ 27,25 por mês.