Acampamento ganha força com chegada de mais atingidos

 As comunidades da região de Joana D’arc, na zona rural de Porto Velho (RO), começam a se deslocar em solidariedade rumo ao acampamento dos atingidos pela barragem de Santo Antônio […]

 As comunidades da região de Joana D’arc, na zona rural de Porto Velho (RO), começam a se deslocar em solidariedade rumo ao acampamento dos atingidos pela barragem de Santo Antônio no início desta sexta-feira (29). O objetivo é que as comunidades prejudicadas pela obra possam unir forças para abrir o diálogo com a empresa e os órgãos competentes.

“Já entramos em contato com a Secretaria Geral da Presidência da República, em Brasília, e a Casa Civil do Estado de Rondônia, na tentativa de abrir um processo de diálogo e agilizar a audiência com o consórcio Santo Antônio Energia, o INCRA, o governo do estado e a prefeitura de Porto Velho”, afirma um militante do Movimento.

No local do acampamento já se concentram 200 famílias. Os atingidos mantêm, desde terça-feira (26), um bloqueio na estrada que dá acesso à cidade de Porto Velho, como forma de protesto contra o consórcio Santo Antônio Energia. Três veículos do consórcio foram impedidos de trafegar: um caminhão e dois carros de pequeno porte. Os manifestantes alegam que somente liberarão a pista após representantes do consórcio comparecerem ao local.

Os moradores de Joana D’arc alegam que será inviável continuar na comunidade após o enchimento do lago da barragem. De acordo com eles, as terras já estão alagadas, impossibilitando a continuidade da produção.

“A história das construções de barragens tem mostrado que os atingidos são bem mais do que as empresas reconhecem. Um exemplo foi o que aconteceu na barragem de Estreito, em Tocantins, onde depois de encher o lago dezenas de famílias que não estavam no estudo da empresa tiveram suas terras alagadas. Não acreditamos que a barragem de Santo Antônio será diferente das outras”, afirma o militante do MAB.

No caso dos moradores de Joana D’arc, apenas 176 pessoas foram beneficiadas pelo consórcio, deixando boa parte da comunidade sem esse direito. “O conceito de atingido da empresa é muito fechado, eles não reconhecem que fomos todos afetados pela construção da barragem”, afirma um morador. 

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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