Acampamento ganha força com chegada de mais atingidos
As comunidades da região de Joana Darc, na zona rural de Porto Velho (RO), começam a se deslocar em solidariedade rumo ao acampamento dos atingidos pela barragem de Santo Antônio […]
Publicado 29/04/2011
As comunidades da região de Joana Darc, na zona rural de Porto Velho (RO), começam a se deslocar em solidariedade rumo ao acampamento dos atingidos pela barragem de Santo Antônio no início desta sexta-feira (29). O objetivo é que as comunidades prejudicadas pela obra possam unir forças para abrir o diálogo com a empresa e os órgãos competentes.
Já entramos em contato com a Secretaria Geral da Presidência da República, em Brasília, e a Casa Civil do Estado de Rondônia, na tentativa de abrir um processo de diálogo e agilizar a audiência com o consórcio Santo Antônio Energia, o INCRA, o governo do estado e a prefeitura de Porto Velho, afirma um militante do Movimento.
No local do acampamento já se concentram 200 famílias. Os atingidos mantêm, desde terça-feira (26), um bloqueio na estrada que dá acesso à cidade de Porto Velho, como forma de protesto contra o consórcio Santo Antônio Energia. Três veículos do consórcio foram impedidos de trafegar: um caminhão e dois carros de pequeno porte. Os manifestantes alegam que somente liberarão a pista após representantes do consórcio comparecerem ao local.
Os moradores de Joana Darc alegam que será inviável continuar na comunidade após o enchimento do lago da barragem. De acordo com eles, as terras já estão alagadas, impossibilitando a continuidade da produção.
A história das construções de barragens tem mostrado que os atingidos são bem mais do que as empresas reconhecem. Um exemplo foi o que aconteceu na barragem de Estreito, em Tocantins, onde depois de encher o lago dezenas de famílias que não estavam no estudo da empresa tiveram suas terras alagadas. Não acreditamos que a barragem de Santo Antônio será diferente das outras, afirma o militante do MAB.
No caso dos moradores de Joana Darc, apenas 176 pessoas foram beneficiadas pelo consórcio, deixando boa parte da comunidade sem esse direito. O conceito de atingido da empresa é muito fechado, eles não reconhecem que fomos todos afetados pela construção da barragem, afirma um morador.