Crítica ao modelo capitalista marca análise da conjuntura
O projeto popular não se constrói de um dia para o outro, mas a partir de anos de acúmulo dos povos em luta nos seus territórios. O momento de análise […]
Publicado 06/04/2011
O projeto popular não se constrói de um dia para o outro, mas a partir de anos de acúmulo dos povos em luta nos seus territórios.
O momento de análise da conjuntura durante os encontros é sempre importante para apontar os passos das lutas das organizações sociais. No Encontro Nacional das Mulheres Atingidas por Barragens não está sendo diferente. Com a análise feita na manhã de hoje (06/04), vários desafios foram indicados para as lutas das atingidas por barragens.
Roberta Transpadini, militante da Consulta Popular, contribuiu na análise e mencionou que a nossa soberania enquanto nação está sendo transgredida e um dos casos é com a construção de barragens.
Ela iniciou sua fala com a abordagem do conceito de soberania. Soberana é uma nação que constrói soberanamente a sua posição sobre outras. Quando as empresas dos países centrais chegam nos demais países, entram no território e passam a determinar os modos de vida nesse território, então a soberania passa a ser exercida por essas empresas. É isso que temos que combater, declarou.
Ela fez uma severa crítica sobre o atual modelo de sociedade. O capital nos faz acreditar que ele é o único soberano, o único deus, o tema central da construção das nossas vidas. Um exemplo citado pela assessora é a penetração da ideologia dominante na formação das crianças: várias empresas do agronegócio possuem cartilhas educativas utilizadas nas escolas. Isso é inconstitucional. A educação não pode ser tendenciosa, sentenciou.
Roberta citou o escritor uruguaio Eduardo Galeano, que em seu livro As veias abertas da América Latina, diz que o capitalismo abre as veias de nossa América para abastecer os EUA de recursos naturais, de energia, de nossas riquezas, nos dando em troca mais endividamento e dependência.
Desafios
Roberta listou alguns desafios das trabalhadoras para a superação desse modelo. O primeiro é fazer o povo acreditar-se como sujeito de direitos, fortalecendo a luta que permita recuperar a dignidade perdida. Também é necessário fortalecer a luta nos territórios, em um sentido amplo: seja no campo, na cidade, na fábrica, na educação.
A partir daí, é necessário pensar como é o projeto de sociedade que se quer construir. Esse é o projeto popular, que não se constrói de um dia para o outro, mas a partir de anos de acúmulo dos povos em luta nos seus territórios, finalizou Roberta.