Atingidos por barragens protestam na UHE em Foz do Chapecó
Os atingidos pela Usina Hidrelétrica de Foz do Chapecó fizeram uma manifestação nesta manhã (15/03) em frente ao canteiro de obras. Eles protestam na semana do dia Internacional de Luta […]
Publicado 15/03/2011
Os atingidos pela Usina Hidrelétrica de Foz do Chapecó fizeram uma manifestação nesta manhã (15/03) em frente ao canteiro de obras. Eles protestam na semana do dia Internacional de Luta contra as Barragens, 14 de março, no intuito de resolver problemas que a construção da obra ainda causa às famílias atingidas.
A prática de não reconhecimento de famílias atingidas por projetos hidrelétricos é comum entre as empresas construtoras de barragens. Nós do MAB viemos a muitos anos denunciando o descaso social e ambiental causado pela construção das barragens. Ao fim de mais uma grande obra hidrelétrica como esta, que já esta gerando lucro para a empresa, muitas famílias da região ainda não foram atendidas, reclamam os coordenadores do MAB.
A empresa responsável pela obra, a Foz do Chapecó Energia S.A., reconheceu que pouco mais de 2,4 mil famílias seriam atingidas pelo empreendimento, porém, de acordo com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o número não confirma a realidade. É arbitrária a forma como a empresa determina qual o conceito de atingido, qual a área atingida e qual o próprio direito do atingido. Então, o MAB sempre denuncia que essa é uma prática das empresas ligadas à indústria da geração de energia, que usam dinheiro público para praticamente expulsar as famílias de suas terras, declaram.
Reivindicações
Entre as reivindicações dos manifestantes está reassentar e/ou remanejar as famílias que ficaram com direito negado, mais de 150 famílias, segundo a lista apresentada em julho de 2010; fazer a vistoria em propriedades isoladas e áreas remanescente que foram usadas como reassentamentos de famílias atingidas no qual ficaram com lotes inferiores a 12 hectares sendo propriedades inviáveis; e compensar a perdas econômicas das linhas de ônibus, professores, linhas de barca e municípios que estão tendo perdas econômicas devido à construção da usina.
Os manifestantes também exigem a garantia de um programa de reestruturação, preservação e desenvolvimento das comunidades e municípios com a liberação de Linha de Crédito a fundo perdido para as famílias ribeirinhas.