MAB participa de protesto contra Belo Monte, em Brasília

Na manhã desta terça-feira (8/2), atingidos por barragens organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participam do ato contra a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Juntamente com indígenas do Parque Nacional do Xingu, de Altamira e do sul do Pará, os manifestantes exigem que governo rediscuta a política energética brasileira, abrindo um espaço democrático para a participação dos movimentos sociais nos processos de tomada de decisão.

Na oportunidade será entregue para a presidente Dilma uma petição contra a barragem que conta com mais de meio milhão de assinaturas.

Seminário

Na tarde de ontem, representantes do MAB participaram do seminário “A Hidrelétrica de Belo Monte e a Questão Indígena”, organizado pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e pela Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e a Fundação Darcy Ribeiro.

O seminário discutiu a magnitude dos impactos da hidrelétrica e seu questionável processo de licenciamento, que repercutem diretamente sobre os direitos e o modo de vida tanto de povos indígenas que vivem nesta região, quanto de povos tradicionais – camponeses, pescadores e extrativistas – e de outros grupos locais que dependem simbólica, social e economicamente da floresta, do rio e de seus igarapés.

Moisés da Costa Ribeiro, militante do MAB, conclamou índios e brancos a se engajarem na luta contra essa barragem que servirá unicamente para ampliar os lucros das empresas e da industria da barragem. “Mais do que nunca é necessário que unamos nossas forças para impedir este projeto”, declarou.

Em entrevista à Agência Brasil, a subprocuradora-geral da República, Deborah Duprat, criticou o processo de Licenciamento Ambiental da usina. Ela questionou a concessão da licença de instalação parcial e disse que espera que a Justiça impeça a instalação do canteiro de obras, autorizada pelo IBAMA em janeiro.