A luta contra as barragens deve ser internacional, afirma liderança do MAB em encontro no México
Desde sábado, 2 de outubro, cerca de 350 pessoas representantes de movimentos sociais e demais organizações de 60 países estão em Temacapulin, no México, para o 3° Encontro Internacional dos […]
Publicado 03/10/2010
Desde sábado, 2 de outubro, cerca de 350 pessoas representantes de movimentos sociais e demais organizações de 60 países estão em Temacapulin, no México, para o 3° Encontro Internacional dos Atingidos por Barragens. Os delegados foram recebidos pelos moradores do local, que há cinco anos resistem à construção da barragem El Zapotillo.
Na manhã de ontem, durante a abertura do encontro, foi composta uma mesa com representantes de algumas organizações que trabalham com o tema. Soniamara Maranho, da coordenação nacional do MAB, falou sobre a importância da luta internacional contra as barragens e em defesa dos povos e da soberania energética, pois as empresas que se instalam para a construção de barragens são as mesmas na maioria dos países da América Latina e Central e em países da áfrica e da Ásia, disse.
Ela enfatizou que com a crise do sistema capitalista, as transnacionais estão buscando retomar as suas taxas de lucros e para isso se apropriam dos rios, da energia e de todos os bens naturais. Por fim, falou da importância de lutarmos pela garantia dos direitos dos atingidos. Hoje quem define quem são os atingidos são os nossos inimigos, são os construtores de barragens. Não podemos aceitar isso, pois as transnacionais nos vêem como empecilhos que devem ser tirados a todo custo. Se as empresas são internacionais, a luta pela mudança no atual modelo energético também deve ser internacional, finalizou.
O movimento mexicano de luta contra barragens, MAPDER, já esteve no Brasil conhecendo a experiência de luta do MAB. Há alguns anos O MAPDER realiza uma campanha muito ampla de combate a construção da barragem El Zapotillo. “As famílias estão desesperadas e em 2 meses, seis pessoas morreram de depressão, pois a pressão psicológica que as empresas estão fazendo é muito forte”, afirmam os moradores. Com o lema Os olhos do mundo estão em Temaca, o movimento mexicano avança na luta e estão impedindo a construção da barragem.
Troca de experiências em oficinas e roteiros estão na programação
No dia de ontem (03/10), foram realizadas oficinas sobre vários temas, entre eles estratégias de comunicação, direitos humanos, desenvolvimento de campanhas internacionais, táticas de ação e luta contra as barragens, etc. Para hoje estão previstos roteiros de viagem para conhecer a realidade da luta de povos em rios e barragens da região de Guadalajara, entre elas a barragem de La Yesca, a maior barragem do México.