Marcha dos atingidos chega à Estreito
Coordenadores avaliam positivamente e reunião com o consórcio é agendada para esta tarde A marcha com pelo menos mil atingidos pela barragem de Estreito chegou nesta quarta-feira, 01, à cidade […]
Publicado 02/09/2010
Coordenadores avaliam positivamente e reunião com o consórcio é agendada para esta tarde
A marcha com pelo menos mil atingidos pela barragem de Estreito chegou nesta quarta-feira, 01, à cidade de mesmo nome, no Maranhão. Os atingidos agora estão no acampamento próximo à entrada do canteiro de obras, que existe há cerca de um ano. Organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento Sem Terra e outras organizações populares, a marcha partiu de Araguaina no dia 23 de agosto e percorreu cerca de 125 quilômetros.
Cirineu da Rocha, coordenador do MAB em Tocantins, faz uma avaliação positiva da marcha, pois, segundo ele, envolveu ribeirinhos, indígenas, pescadores, garimpeiros e várias outras categorias de trabalhadores atingidos pela obra. Além disso, houve a sensibilização da sociedade sobre os problemas da barragem. Por onde passamos nesses 10 dias, conversamos com a população das cidades, tivemos apoio de muitas organizações, sindicatos e do ministério público. Foi um bom momento para denunciarmos as atrocidades que o Consórcio Ceste está cometendo contra os atingidos, afirmou.
Cirineu explica que a pauta de reivindicações já foi entregue ao consórcio Ceste, formado pelas empresas Suez, Vale, Alcoa e Camargo Corrêa. Na tarde de hoje haverá uma reunião para discussão do detalhamento da pauta. Os manifestantes querem o cumprimento de propostas dos pescadores, o reconhecimento de meeiros, arrendatários e extrativistas, entre outras categorias, que foram cadastrados pelo Incra mas não recebem tratamento do consórcio, definição e cumprimento de acordos com os povos indígenas, negociação para resolver problemas estruturais nos reassentamentos, revisão das áreas consideradas de risco, com possíveis novas indenizações, reconhecimento e indenização de barqueiros e barraqueiros e reposição das áreas públicas alagadas (em especial a dos assentamentos) para assentar famílias carentes.
Os atingidos permanecerão no acampamento próximo ao canteiro de obras e guardam o resultado das negociações. Enquanto isso, participam de mutirões para coleta de assinaturas e votação para o plebiscito pelo limite da propriedade da terra, que acontece até o próximo dia 7 de setembro.