MAB e Via Campesina protestam na BR 153
Cerca de 400 agricultores organizados no MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e nos demais movimentos que compõem a Via Campesina, realizam, hoje (27/5), uma manifestação na BR 153, junto ao […]
Publicado 27/05/2010
Cerca de 400 agricultores organizados no MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e nos demais movimentos que compõem a Via Campesina, realizam, hoje (27/5), uma manifestação na BR 153, junto ao trevo que dá acesso a Frinape, em Erechim (RS). Atos como este acontecem em todo o país e reivindicam mais investimentos do governo federal na agricultura camponesa. Bloqueios de rodovias e protestos que aconteceram ontem são retomados em Canguçu (na Região Sul), Santa Cruz do Sul (Vale do Rio Pardo) e Iraí, na divisa com Santa Catarina.
A Via Campesina condena a produção agrícola sob o controle de grandes proprietários de terra e empresas transnacionais, que prioriza a produção de monocultivos extensivos em grande escala e que destina a maior parte de sua produção para exportação. As entidades camponesas reiteram que é o agronegócio que recebe mais incentivos governamentais (cerca de 80% do que é destinado à agricultura), mesmo gerando desemprego no meio rural e a expulsão do camponês de suas origens. Por outro lado, os pequenos agricultores, que garantem a produção de mais de 70% do alimento que chega a casa do brasileiro e quase 40% do valor bruto da produção agrícola do país, não têm os mesmos privilégios nem na hora de renegociar suas dívidas com a União.
Veja os principais pontos da pauta de reivindicação dos movimentos sociais do campo:
– Criação de um fundo de reserva ambiental com o pagamento de um valor mensal para cada família que fizer a preservação e a recuperação ambiental em suas propriedades. Este recurso deve vir das multas por degradação ambiental e dos impostos sobre as empresas poluidoras;
– Rebate de R$ 10 mil reais das dívidas e renegociação do restante para os pequenos agricultores e assentados, como o governo já fez com outros setores da sociedade;
– Crédito subsidiado para produção de alimentos saudáveis aos pequenos agricultores que fizerem a preservação ambiental;
– Reforma Agrária e desapropriação imediata do latifúndio do agronegócio que não respeita o meio ambiente;
– Um Projeto Popular Energético, em que a energia não seja uma mercadoria e que se respeite as populações ribeirinhas e o meio ambiente;
Este ato integra a Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina.